Morremos de pé. Onde antes o verde dominava, sobrou pó e cinzas. A cor deu lugar ao preto e branco. Onde antes fomos felizes reina agora a tristeza e a melancolia. Não sobrou nada. Não ficou nada de pé. Uma a uma, todas a sombras e árvores de frutos morreram. Ali no sitio onde nos encostávamos para ouvir as árvores e os pássaros, corre agora um vento sujo e sem música. No cantinho onde sonhávamos debaixo do vento quente e do bom sol de verão, ficaram apenas as memórias. Resto eu, de olhos fechados a sentir o cheiro do pinhal. O cheiro da floresta e do mato. Os cheiros que os meus avós trilharam, os pinheiros que o meu avô sangrou, os caminhos que percorremos a pé. Uma herança genética que nos complementa e que nos pertence. O fogo não teve clemência de nada nem de ninguém. Seguiu encosta acima sem parar, colheu tudo o que apareceu à frente. Devorou e destrui tudo. Não deixou nada intacto. Semeou o medo e a tristeza na alma das pessoas. Os de lá e os de cá. Os
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