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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2017

Morremos de pé.

Morremos de pé. Onde antes o verde dominava, sobrou pó e cinzas. A cor deu lugar ao preto e branco. Onde antes fomos felizes reina agora a tristeza e a melancolia. Não sobrou nada. Não ficou nada de pé. Uma a uma, todas a sombras e árvores de frutos morreram. Ali no sitio onde nos encostávamos para ouvir as árvores e os pássaros, corre agora um vento sujo e sem música. No cantinho onde sonhávamos debaixo do vento quente e do bom sol de verão, ficaram apenas as memórias. Resto eu, de olhos fechados a sentir o cheiro do pinhal. O cheiro da floresta e do mato. Os cheiros que os meus avós trilharam, os pinheiros que o meu avô sangrou, os caminhos que percorremos a pé. Uma herança genética que nos complementa e que nos pertence. O fogo não teve clemência de nada nem de ninguém. Seguiu encosta acima sem parar, colheu tudo o que apareceu à frente. Devorou e destrui tudo. Não deixou nada intacto. Semeou o medo e a tristeza na alma das pessoas. Os de lá e os de cá. Os

Temos a vida que escolhemos

Dizem que somos nós que escolhemos o que queremos viver na vida que temos. Ou que temos de viver o que temos de superar, e quanto a isso não temos qualquer escapatória. Em todo o caso, o que temos de viver conseguimos suportar. Não nos destacam para missões que não conseguimos comportar ou tolerar, e com isto concluo, que as pessoas com vidas difíceis, têm quase um estatuto de super heróis! Não só aguentam como ainda escolheram passar pelo que têm de viver, é dose! De qualquer modo, ninguém fica a salvo. O que difere são as missões que cada um tem, os desafios que tem de enfrentar. São pessoais e intransmissíveis. O difícil nisto tudo é perceber porque escolhemos sofrer, ou porque temos de sofrer. Sim, bem sei… o sofrimento faz parte da vida como a felicidade. E não estamos sempre em sofrimento ou sempre em euforia, vivemos entre um e outro, com picos em cada um deles. Só que temos a terrível tendência de “valorizar” a dor em detrimento da alegria. Achamos sempre que a d

Paciência

As pessoas com paciência salvam o mundo. Nem pode ser de outra maneira. Não é uma conclusão de hoje, é uma perceção que tem ganho forma. Nem sequer é um mantra ou conselho, é a realidade.  No mundo consumido por ansiedade e todo o tipo fármacos, a simples prática de “paciência” parece ser um desperdício. Aliás parece estar completamente em vias de extinção. O tempo passa a correr e os medicamentos fazem efeito rápido ao fim de pouco tempo, já a paciência exige uma boa dose de calma, disponibilidade e tempo, coisa escassa hoje em dia.  A vida corre a uma velocidade alucinante, um dia somos crianças noutro já somos adultos e parece que nem passamos pelos estágios intermédios. A sofreguidão é tanta que exigimos resultados no imediato, sem esperar que as coisas ganhem forma ou alguma segurança. Se não for já, não quero, se não tiver já o emprego, o carro, o namorado, a família, o livro, a resposta que preciso, mais vale passar à frente e esquecer. Parte-se para outra mas sempr