Sofrer é sempre opcional mesmo quando se trata de saudades. Faz-se o que todas as recomendações aconselham: lembrar as memórias felizes e os momentos especiais. Assim estarei sempre a celebrar e a honrar a vida da minha avó, pelas recordações contributivas que temos em comum. É uma forma de lidar com esta ausência. O tempo devia ajudar. Tem dias que parece que sim e outros que parece que não. Assusta-me que o tempo apague memórias, vivências, a estrutura das mãos dela, a cor do cabelo, as rugas da cara ou os cheiros. Já que os espaços físicos vão mudando, uns perderam-se para sempre e os objetos nem sempre conseguem ajudar na reconstrução de alguns puzzles da memória, o tempo poderia ser mais clemente! Fazer o quê? Não me incomodam os cemitérios, apenas as campas abandonadas. Isso sim, o fim do fim, as pessoas partiram todas e as memórias com elas. Ficam as campas a pairar num abandono compreensível, mas mesmo assim, triste de se ver. Ontem, como em 2017 esteve sol com frio. Ontem co
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