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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2018

A avó

Hoje a minha avó faria 92 anos. Não sei traduzir em palavras a saudade que sinto dela. Supostamente o tempo cura tudo, eu sei que sim, neste caso irá atenuar mas nunca acabar com elas.  Fico emocionada ao ver outras velhotas como ela, de casacos de malha sobre os ombros, com as saias de fazenda desalinhadas, os cabelos curtos puxados para trás com laca e de andar meio cambaleante. Às vezes quando as vejo a passar, por trás, parecem mesmo a minha avó e os olhos enchem-se de água. Fico um bocadinho a digerir esta imagem, foi uma vida inteira na companhia da minha avó, e não é fácil aceitar esta ausência.  Apesar de tudo, viveu com qualidade de vida quase até ao fim,  teve o que falta a muita gente, uma família que sempre esteve lá para ela, assim como ela, incansável.  Neste dia, compravamos um bolo e íamos a casa dela cantar os parabéns, nunca falhamos. Da última vez já sem saber bem muitas coisas, quando viu as velas com 90, exclamou: quem é que faz anos? Tantos? eu não tenho

Estrela do Norte

Muito se escreve sobre o amor. A complexidade que não gostaríamos que tivesse, o desgaste que nos pode causar, as tormentas que antecedem a felicidade suprema, sintomas dos tempos. Mesmo a mais racional das criaturas, como eu, entende que a dificuldade e o amor, não são compatíveis. A fluidez que o amor nos traz, é o reconhecimento de que a paz e a sincronização do universo sabem o que fazem. Nós perdemos capacidade para sentir com naturalidade o amor, aquele que é simples, verdadeiro e com entrega.  Procuramos, procuramos, procuramos... definimos momentos e situações, recusamos dar-nos quando estamos frágeis, quando estamos fortes, quando estamos confusos, quando só queremos fazer experiências e testar opções. Inventamos entraves e limitações para nós e para o outro, nunca é o momento certo, e quando será? Depois de pensar muito? Ou simplesmente deixar-se ir? Acreditar no que se ouve, nas palavras ditas como elas são, sem procurar segundos sentidos? O receio da menti

Lições de Vida

Esta é uma grande lição de vida! Nem sempre é fácil percebermos isto ou acima de tudo aceitarmos, mas é inevitável chegarmos a esta conclusão. Algumas coisas não se perdem porque na verdade nunca são nossas. Como diz uma música do Carlão (Outra coisa, Outra coisa): “As coisas não são nossas, não devia ser preciso, agarrarmo-nos a elas: sofregamente.” Assim sendo, é melhor deixá-las ir. Não ficar a desejar o que não nos pertence, o que não nos deseja, o que não nos considera. Não devemos aceitar menos do que merecemos, mesmo quando achamos que o queremos é tudo. E não se iludam, senão é reciproco... esqueçam, não é de todo para vocês. Ninguém merece ficar com migalhas ou com o pouco que o outro tem para oferecer, só porque o outro não sabe o que quer. Se sabem o que querem, não se contentem com menos. O outro não irá fazer esse esforço por vocês, isso é certo. Somos nós que o temos de fazer, chama-se: respeito. E esse não é negociável.

Sobre a pílula

Sobre as questões da pílula, muito se lê, muito se diz e na verdade a utilização da mesma, é uma escolha pessoal.  Neste texto não se irá criticar a utilização da pílula, será apenas uma reflexão sobre a utilização da mesma. Muito se fala sobre a forma como a pílula revolucionou a vida sexual das mulheres, e é verdade, revolucionou mesmo. Tornou a reprodução mais controlada e as mulheres mais livres para decidirem se queriam ou não engravidar. São factos. Ajudou a regular o acne e os ciclos menstruais de algumas mulheres, a aligeirar as dores e as neuras antes deste período critico. A imprensa, os estudos e os próprios médicos da especialidade apresentam a pílula como o medicamento milagroso que ajuda em tudo, cura tudo, melhora tudo, uma vida inteira e evita não sei quantos cancros raros e afins. Claro que o avanço da medicina permitiu o aparecimento de medicamentos que vieram trazer longevidade, prevenir e até evitar algumas doenças. Mas sejamos honestos, se temos de tomar um