Muito se escreve sobre o amor. A complexidade que não gostaríamos que tivesse, o desgaste que nos pode causar, as tormentas que antecedem a felicidade suprema, sintomas dos tempos. Mesmo a mais racional das criaturas, como eu, entende que a dificuldade e o amor, não são compatíveis. A fluidez que o amor nos traz, é o reconhecimento de que a paz e a sincronização do universo sabem o que fazem. Nós perdemos capacidade para sentir com naturalidade o amor, aquele que é simples, verdadeiro e com entrega.
Procuramos, procuramos, procuramos... definimos momentos e situações, recusamos dar-nos quando estamos frágeis, quando estamos fortes, quando estamos confusos, quando só queremos fazer experiências e testar opções. Inventamos entraves e limitações para nós e para o outro, nunca é o momento certo, e quando será?
Depois de pensar muito? Ou simplesmente deixar-se ir? Acreditar no que se ouve, nas palavras ditas como elas são, sem procurar segundos sentidos? O receio da mentira, do engano, da desconfiança... o achar-se menos do que vale ou apenas sentir-se como plano de recurso.
Confiar em nós e no outro? Eu sei o que quero. Quando se descobre isso, não se volta a trás, o milagre da verdade, que se vê com toda a claridade, não nos devolve a forma inicial, molda-nos para o que há-de vir.
No céu mais escuro, brilha a mais intensa de todas as estrelas, aquela que nos guia e orienta, sempre que perdemos o rumo. Na certeza que não nos faltará quando todo o resto cair por terra. É lá que eu vou estar, para ti, para te guiar e para deixar que me guies. Vamos caminhar lado a lado, passo a passo, como deve ser. Ambos sabemos que é isso que nos une, a crença comum de sermos o espelho das nossas mais profundas intenções. Não é gostar de ti só porque és como se vê, é amar tudo aquilo que apenas partilhas comigo, e aquilo que apenas partilho contigo.
Somos pessoas complexas, perdidas nos meandros da vida, que por uma qualquer coincidência se cruzaram, o desalinhado que precisa de estrutura e o alinhado que precisa de desarrumação.
Espero não chegar tarde. Tudo o que tenho certo neste momento, é o querer rumar a norte contigo. Vens?
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