Não sei como funciona com o resto das pessoas, mas eu quando
abuso o meu corpo arranja maneira de me dizer: basta! E foi isso que aconteceu…
uma mega gripe, para ver se recupero o sono todo que não tenho dormido e uma
bela crise de fígado para reajustar hábitos! Quando não se aprende a bem,
aprende-se a mal.
Achei que era importante falar sobre isto, porque quando se
partilham experiências, normalmente descobre-se que não é um problema exclusivo
ou uma coisa só nossa. Comigo funciona assim, eu sou do tipo de pessoa que
acumula tudo muitas vezes sem exteriorizar… é defeito e feitio. E como 2013 tem
sido um ano rico em situações complicadas, eu deixo para depois sentir na pele os
efeitos diretos, porque no imediato tenho de agir para resolver, fica para mais
tarde chorar ou rir se tiver de ser. Depois dá-se o colapso…
Desta vez até foi ligeiro, mas não deixa de ser um aviso. No
ano em que terminei o mestrado ai sim, os avisos foram marcantes. Quando a
ansiedade se descontrola, tudo é complicado! Especialmente para uma pessoa que
gosta de ter sempre tudo controlado ou pelo menos de ter a mania que tem tudo
controlado. São sensações difíceis de
descrever: uma imensa falta de ar, o coração que bate descontroladamente e
parece que vai sair pela boca, um desconforto grande em espaços apertados, em
espaços com muita gente, no metro, em casa… enfim, nenhum sítio é confortável. São sensações físicas
muito fortes mas que a cabeça controla, com treino e estando desperta para
estas ocorrências. A primeira vez é a pior…porque é o desconhecimento total.
Porque é que estas coisas acontecem?
Para mim foi um período excecionalmente grande de stress,
ter de conjugar aulas, trabalho e o desenvolvimento da tese ainda por cima,
depois de ter escolhido um tema importante para mim, subiu a fasquia ao limite.
Também havia uma problema antigo, sempre achei que não iria ser capaz de fazer
a tese…pensar numa coisa original, desenvolver, defender… e isso também
contribuiu para causar imensa pressão. Tudo coisas da minha cabeça, sem
fundamento…obviamente. Os desafios da inteligência para mim são muito
importantes, e não conseguir concretizá-los são um forte motivo de frustração. Mas
eu sou otimista, não há nada nesta vida que eu não consiga fazer ou não consiga
resolver. E se não conseguir passo para outra… no mundo existem infinitas
possibilidades. Essa foi sem dúvida a maior lição disto tudo… as únicas barreiras
que existem somos nós que criamos.
Nada disto é infelicidade. Isso posso-vos garantir. Não
tenho motivos para ser infeliz, muito pelo contrário…acima de tudo sou uma
sortuda com a vida, uma enorme sortuda. E não é pelos bem materiais, que nunca
me faltaram (é verdade) é mesmo pela família maravilhosa que me calhou. Quando
se fez a triagem das pessoas para se juntarem deste lado, escolheram as pessoas
certas para me acompanhar, se tivesse pedido não me teria saído tão bem! Ter
uma família como esta, é um privilegio…uma bênção dos céus, e por isso agradeço
todos os dias. É o mínimo que posso fazer, por tamanha sorte!
Vou assumir que é desta forma que 2013 se está a despedir de
mim, manda-me a baixo de vez, para voltar ao topo muito mais preparada. Não hão
de existir deceções, tristezas, corações partidos, cansaços ou doenças que me
irão mandar a abaixo! Seja lá de que forma for, eu fico sempre à tona de água… depois
uma das minhas gatas deita-se no meu colo, cheira-me e faz-me festas, como quem
diz “sou doida por ti”, outra lambe-me ou o meu sobrinho agarra-se ao meu
pescoço aos beijos e penso: “oooohhh é quase impossível ter mais amor que isto”
.
O importante é sabermos reconhecer os sinais que o nosso corpo nos dá. Ele avisa sempre, umas vezes de forma subtil outras nem tanto... mas dá-nos sempre a possibilidade de recomeçarmos. Nada é tão eficaz com mais uma liçãozinha de vida...
O importante é sabermos reconhecer os sinais que o nosso corpo nos dá. Ele avisa sempre, umas vezes de forma subtil outras nem tanto... mas dá-nos sempre a possibilidade de recomeçarmos. Nada é tão eficaz com mais uma liçãozinha de vida...
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