Nesta foto estamos nós as duas.
A avó que sem saber já se estava a perder na memória do tempo e eu, que olho para ti e vejo a mesma de sempre, mesmo sabendo que já não eras.
As fotografias têm destas coisas, imortalizam os momentos. Este passado que se torna presente, todas as vezes que volto a recordar estas fotos. Nunca serão futuro apesar de registarem detalhes que farão parte do meu presente e futuro, sempre.
Devo confessar que revisitar as fotos da minha avó não me deixa triste nem evito fazê-lo. Sinto saudades dela, sim muitas, tenho inveja das netas por quem passo na rua de braço dado com as avós, tenho! Queria poder fazer o mesmo, mesmo sabendo que o que vivemos foi bom. Foi nosso e apesar de não se repetir, já não se perde, e esse é um tesouro que valorizo.
Recordo as minhas avós todos os dias, a maior para das vezes de forma inconsciente e involuntária. Uma situação simples e corriqueira, leva-me a elas. Relembra-me momentos, expressões e acontecimentos que vivemos. Ainda falo no presente: “como diz a minha avó...” para emendar a custo “como dizia”.
As ausências que fazem falta sempre. Especialmente nos dias em que ampliamos as nossas memórias familiares.
Comentários
Enviar um comentário