O amor não tem de nos deixar inquietos, muito pelo contrário, tem de nos deixar em paz. Tem de possuir a habilidade de nos devolver ao espírito a paz que buscamos quando procuramos o amor. Talvez a literatura seja em parte culpada por este equívoco! Os escritores com os seus amores exacerbados, doentios, frenéticos, sôfregos, cheios de fogo, angústia e dor fazem-nos crer que o amor, o bom amor, o que vale a pena deve ser assim. Deve deixar-nos num estado de explosão eminente e intensa, num estado de sobressalto permanente que nos tira o sono, a fome e por pouco os sinais vitais do corpo! Claro que o amor precisa do combustível que só a paixão sabe dar, o fogo que gera desejo, vontade e muito impulso é indispensável no primeiro impacto. Mas depois, como nos narram os escritores com o passar do tempo o fogo começa a transformar-se em ciúme, loucura e em casos extremos, doença. Ficam obcecados e obsessivos com a pessoa amada como se precisassem dela para viver, como se não tive
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