Pequenos focos de amor

O amor não tem de nos deixar inquietos, muito pelo contrário, tem de nos deixar em paz. Tem de possuir a habilidade de nos devolver ao espírito a paz que buscamos quando procuramos o amor. 

Talvez a literatura seja em parte culpada por este equívoco! 

Os escritores com os seus amores exacerbados, doentios, frenéticos, sôfregos, cheios de fogo, angústia e dor fazem-nos crer que o amor, o bom amor, o que vale a pena deve ser assim. Deve deixar-nos num estado de explosão eminente e intensa, num estado de sobressalto permanente que nos tira o sono, a fome e por pouco os sinais vitais do corpo!

Claro que o amor precisa do combustível que só a paixão sabe dar, o fogo que gera desejo, vontade e muito impulso é indispensável no primeiro impacto. Mas depois, como nos narram os escritores com o passar do tempo o fogo começa a transformar-se em ciúme, loucura e em casos extremos, doença. Ficam obcecados e obsessivos com a pessoa amada como se precisassem dela para viver, como se não tivessem vivido até ao dia em que encontraram aquele amor. Não! Não pode ser assim. Por muito poético e até bonito que nos possa parecer, não pode ser assim.

O amor tem de ser saudável e positivo. Não nos deve trazer desassossego que nos consuma as entranhas, nem mesmo que seja de desejo! Não. O amor tem de ser suave, dócil, gentil, fácil, reciproco, honesto e acima de tudo verdadeiro.

Não se deixem enganar pelos amores difíceis. Se for difícil, não é amor é outra coisa qualquer que até se pode assemelhar ao amor, mas não é amor. Não é preciso haver sofrimento para haver amor. Pode existir algum tipo de desafio mas nada que implique dor, revolta e ansiedade.

Mesmo que pareça que é apenas um pequeno foco de amor, se fizer borboletas na barriga, vale a pena deixá-lo entrar. Acreditem, vale mesmo a pena! Pode assustar um bocadinho depois de devidamente instalado, mesmo assim, deixem-no entrar.






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