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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2018

Para as mulheres da minha vida

Estou em falta com a minha avó Maria, e não queria terminar janeiro sem falar sobre ela. Ainda me estou a habituar a esta condição de órfã de avós... Vou escrever sobre as mulheres da minha vida, onde obviamente está também a minha avó Maria, com o seu papel imprescindível. Muito se diz sobre a forma como as mulheres se lixam umas às outras e como podem ser venenosas entre elas e por aí fora, como se os homens entre eles não fizessem o mesmo. O que não se diz, é que as mulheres têm uma noção de grupo e de clã formidável! Por sermos mulheres temos em nós um dispositivo interno que nos faz automaticamente ajudar as outras mulheres e homens (é claro), mas sobretudo entre nós. Funcionamos como um todo. Como os lobos da alcateia, não deixamos as nossas para trás. Ajudamo-nos, tomamos conta umas das outras, ouvimos, damos a mão, amparamos os filhos, fortalecemo-nos e criamos laços profundos. Toda a mulher que tenha uma boa amiga, tem apoio garantido, nunca vai estar sozinha. Nun

Ocorrências

Não escolhi, mas aconteceu. Não escolhi, porque não teria como fazê-lo.  Sem que pudesse intervir, ainda que pudesse prever ou antever, aconteceu quando teve de acontecer. Com a naturalidade que é suposto a vida ter. Com a fluidez que a vida merece ter. Com o caminho que aceito como natural. Nem sempre é fácil aceitar, que na nossa vida, algumas coisas não dependem nem da nossa vontade nem do nosso controlo. É especialmente complicado aceitar isto, quando se nasce com uma ideia pré-concebida que devemos prever e controlar tudo o que vamos viver. Desde o dia que nos lançam para dentro de uma escola, logo ai temos de decidir o que queremos ser, quando nem sabemos quem somos. Especialmente complicado quando se sabe mais ou menos o que se quer ser, ou deseja, mas não se identifica no nome que se tem. Só quando as partes do todo se integram é que é possível compreender o encadeamento das ocorrências da vida.  Não foi agora, neste momento que a clarividência chegou, foi ch

Contactos com o céu

E o que é que eu faço com isto? Guardo também o teu número de telemóvel, mas o número de casa digito-o mentalmente várias vezes, tenho-o decorado desde que existe, muito antes dos telemóveis nos terem poupado a memória para estas coisas. Duas vezes por semana ou mais a ligar-te, só porque sim para saber se estavas bem. Umas vezes só para te ouvir reclamar que nunca mais te tinha ligado (como se fosse possível esquecer-me), para saber se precisavas de alguma coisa do supermercado porque iria lá ou para acertarmos pormenores nos nossos dates de fim-de-semana. Já não existe, eu sei. Confesso… liguei para lá e a menina (como dizias quando não te atendia o telefone) disse-me educadamente, que o número que pretendo “já não está atribuído”. Como é que ela há-de saber que este número será teu e sempre teu? Apesar de os últimos três anos terem sido muito duros para ti e para nós, relembro regularmente estas nossas rotinas. Tive de me reajustar, avó. Só percebi isso naquele dia