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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2018

Para o Avô Fernandes

Para o meu avô. Quando chega o Outono a imagem que ilustra a estação são as folhas amarelas caídas no chão. As videiras, depois das uvas apanhadas ganham tonalidades grenás e a paisagem enche-se de tons ocre e castanho, num suave despedir do verão. O calor liberta-se da terra para o ar e finalmente o frio vai chegando para arrefecer as almas e preparar-nos para o inverno. Ultimamente, quando penso no meu avô associo-lhe a imagem do ouriço da castanha, foi o Outono que o levou talvez seja por isso. Talvez seja por não se perceber de imediato o que está dentro do ouriço, e quando cai no chão e bate seco na terra, a castanha salta do interior com um tesouro bem guardado. É o meu desconhecimento sobre a alma do meu avô que me faz fantasiar sobre os seus segredos. Afinal de contas, quem seria este homem? Um avô é sempre um avô, e esse estatuto parece bastar-lhe agora que já não temos hipótese de nos descobrir. (aqui entre nós, tive de procurar outras formas de te conhecer, para enco

Estamos a votos!

O livro “Devemos voltar onde já fomos felizes” da minha autoria, está a votos para o trofeu do ano 2018, na editora Cordel D’ Prata. O livro é uma seleção de textos que vivem no blog: omeuserendipity@blogspot.pt onde se escreve sobre: o amor, relacionamentos, a vida, família, amizade… O convite que se faz aos leitores do livro, é que se encontrem em cada história e que as tornem suas. São os afetos que nos ligam e criam elos inquebráveis. Votem no livro “Devemos voltar onde já fomos felizes” para irmos mais longe. Obrigado. Link para votação: www.cordeldeprata.pt/votacoes

Somos pelos cães e pelos gatos!

Outro dia li algures, que a saliva dos cães e gatos pode ser prejudicial à saúde!!! Estamos a caminhar para o "Admirável Mundo Novo" tão bem descrito pelo Aldous Huxley… onde a conceção é feita em laboratório e só se juntam Y com Y e não se fazem misturas genéticas para não se comprometer, o desempenho real dos indivíduos, podendo dar origem a novas “raças”, sem que façam parte do catálogo da organização social instituída. Não se correm riscos destes, porque cada um nasce para o que deve, uns para liderar outros para obedecer. Um dia destes saímos para a rua vestidos com uma espécie de fatos de astronauta, para nos protegermos de tudo, para evitar que uma pinga de chuva potencialmente radioativa nos cai em cima! O excesso de estudos não está a preparar as pessoas para a prevenção, está a tornar as pessoa paranoicas! Por favor, deixem-nos encher de bactérias à vontade!!! Uma lambidela ou duas de um cão nunca fez mal a ninguém! Deixem os cães lamber-nos à

Calças à boca de sino e culottes

Vamos lá falar de futilidades! Não é verdade, por muita discussão que o tema possa dar, a moda é tão fútil como qualquer outra forma de arte. A moda não é fútil, ter de nos vestir e existirem pessoas que sabem desenhá-las, que conseguem definir tendências, conjugar cores, materiais e texturas não é para toda a gente! É preciso conseguir ver antes de acontecer e perceber como irá ficar no corpo de um homem e de uma mulher. Por mais que se tente futilizar a moda, é quando a usamos que a tornamos fútil e não antes… a obra de arte nasce para preencher um vazio para que a nossa imaginação consiga ver mais além, para nos estimular. A massificação do vestuário tira-lhe um bocadinho o brilho e o sentido com a democratização de modelos e moldes de vestuário, formas e tendência, somos nós quando as vestidos que lhes damos alma e carácter, num cabide da Zara são só mais uma peça de vestuário depositada num mostruário para vender. As tendências para 2019 voltam a fazer brilhar o meu ol

Ausência

O antes, na antevisão do que sabemos inevitável, é sempre um momento de preparação que nunca nos prepara verdadeiramente. Sabemos que as pessoas morrem, que os momentos não se repetem, que nunca mais vamos ter aquela idade ou voltar a viver aquele dia e por isso, no momento de reflexão sobre o presente, queremos absorver todas as sensações ao máximo e gozar a vida e a presença dos outros com entusiasmo. Na realidade não sabemos como é não tê-los, eles estão ali, palpáveis, fazem parte de nós e da nossa história. Só quando a ausência que as saudades bem marcam, se começa a sentir é que entendemos o exercício que fizemos no antes, e valorizamos o esforço que foi feito para gravar todas as sensações do instante. Antes, conscientes da importância não sabíamos o seu significado. Podemos imaginar como magnífico é o mar por fotografia ou na televisão, só vamos entender a dimensão da sua beleza quando estivermos frente a frente com ele. Somos humanos. Precisamos viver para entender. Precis

Paragens Obrigatórias

O silêncio nunca fez mal a ninguém. As pessoas morrem de medo dos silêncios prolongados e da solidão forçada. O estado normal de viver é estar em alerta constante, sem nunca desligar a ficha em momento algum. Com a necessidade de ter de falar ou dar-se com as pessoas, de ter de deixar uma marca ou assinalar uma passagem. Parece que temos de andar em estados permanentes de acompanhamento e com ruídos de fundo. Nunca se está satisfeito com o que se tem, nem com as coisas, nem com as pessoas, nem com as circunstâncias… A solidão fica no topo! Entre o silêncio ou a solidão, referenciada sempre como o pior que pode existir, a solidão fica injustamente associada a abandono. Quem está só não tem de ser um solitário ou sentir-se só. Mas reconheço que possa ser pesado e tenho-me apercebido com o passar do tempo que a maioria das pessoas vive em pânico só de pensar que pode cair nas malhas da solidão, mesmo quando já lá estão.  Existe uma ideia pré concebida, que precisamos est