Para o meu avô. Quando chega o Outono a imagem que ilustra a estação são as folhas amarelas caídas no chão. As videiras, depois das uvas apanhadas ganham tonalidades grenás e a paisagem enche-se de tons ocre e castanho, num suave despedir do verão. O calor liberta-se da terra para o ar e finalmente o frio vai chegando para arrefecer as almas e preparar-nos para o inverno. Ultimamente, quando penso no meu avô associo-lhe a imagem do ouriço da castanha, foi o Outono que o levou talvez seja por isso. Talvez seja por não se perceber de imediato o que está dentro do ouriço, e quando cai no chão e bate seco na terra, a castanha salta do interior com um tesouro bem guardado. É o meu desconhecimento sobre a alma do meu avô que me faz fantasiar sobre os seus segredos. Afinal de contas, quem seria este homem? Um avô é sempre um avô, e esse estatuto parece bastar-lhe agora que já não temos hipótese de nos descobrir. (aqui entre nós, tive de procurar outras formas de te conhecer, para enco
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