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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2019

Um jornal no comboio

A distribuição de jornais gratuitos nos transportes é uma ocorrência banal que acontece todos os dias. É comum ver-se as pessoas entretidas a lê-los no comboio e a depositarem-nos depois disso num banco vago, entalá-los semi disfarçadamente entre bancos ou no chão (sim, também acontece). A forma como as pessoas fazem estas coisas deixa-me perplexa, com uma agravante, não consigo disfarçar. Não consigo entender o que custa levar o jornal até ao caixote do lixo, não é o Expresso!!! É um jornal que tem pouquíssimas páginas. Hoje testemunhei uma destas cenas, uma senhora que ia uns bancos ao meu lado a ler o jornal, depois de ter acabado pega no jornal e encaixa-o entre as suas costas e as costas do assento. Sim, é verdade!! Ali bem esmagado entre a blusa da senhora e as costas do banco, uma maravilha! Como imaginam fez tudo com muita naturalidade, afinal de contas o jornal estava lido. Arrumou os óculos na caixinha ajeitou-se e ali ficou até sair umas paragens mais à frente. Quand

Rosa

Hoje é um dia importante, faria hoje 93 anos a minha avó Rosa. Como homenagem deixo o conto que escrevi semi-inspirado nela. Esta Rosa e a minha Rosa têm em comum a missão de ser avó, um papel que desempenhou com amor e dedicação. Hoje e sempre com muitas saudades dela. Parabéns avó. ---- ROSA Quando se pergunta a uma criança, o que quer ser quando for grande, habitualmente respondem: professor, bailarina, médico, piloto de avião, chef de cozinha e por ai fora, mas não a Rosa, quando crescesse a Rosa queria ser: avó. Talvez por isso, tenha tido toda a vida, um ar mais velho do que seria suposto. Quando nasceu não parecia uma bebé acabado de nascer, parecia uma velhinha enrugada no colo da mãe. Antes dos dez anos, tinha já compridas melenas de cabelo branco e os traços do rosto sempre muito vincados a delinear-lhe a expressão. Naturalmente interessou-se sempre por hobbies muito pouco infantis como aprender a fazer crochet, depenar galinhas, cozer botões, passar a ferro e

Parabéns Rio de Mouro_Rinchoa

Eu sou de Lisboa, nasci em Lisboa e sou efetivamente de Lisboa apesar de nunca ter vivido em Lisboa.  Sou também dos sítios das minhas origens um pouco mais da Pampilhosa da Serra, um pouco menos do Redondo, de Sintra e muito da Rinchoa. Quando se fala de Rio de Mouro ou da Rinchoa, nunca é pelos melhores motivos, é quase sempre para relatar um acontecimento grave como um assalto, um acidente, violência ou algo do género. Estes fenómenos não são exclusivos de Rio de Mouro ou da Rinchoa e são difíceis de dissipar dos estereótipos das pessoas, grudam-se com cola de cimento à minha terra e por muito que se tente dizer que são acontecimentos pontuais que acontecem em qualquer sítio, o rótulo permanece e tem sido difícil desvincular-se dele. Como se no dia em que pomos uma nódoa na camisa nos vinculasse em permanência com o rótulo: “é sujo” ou “sempre que come põe uma nódoa na roupa”. A comunicação social tem muita culpa desta imagem errada que alimenta com base em pouca ou quase n