O meu avô faria hoje 90 anos. Não gosto de usar o verbo nesta forma: "faria" mas parece que é assim que tem de ser, quando a presença física de uma pessoa parte para outra dimensão. Porque hoje faria 90 anos, dei por mim a pensar que já vivi mais tempo sem o meu avô do que com ele. Mas por outro lado, a proporção do tempo não condiciona em nada, o meu afecto por ele, a intensidade do que vivemos, a saudade ou a nossa história comum. Tenho pena que não tenha sido mais tempo e não que tenha sido pouco, o que é substancialmente diferente. O pouco foi bom, cresceu comigo e alimenta-me todos os dias. Podemos viver intensamente em 24h o que nunca viveremos em alguns anos, algumas coisas são assim. Vivi treze anos da minha vida com o meu avô e até agora vinte e dois sem ele... é muito. Mas as contas não podem ser feitas assim, tão certas com o ritmo da vida, porque na nossa vida passam pessoas que simplesmnente passam e outras permanecem, ambas com relevâncias diferentes, e o
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