Sim, votei Marisa Matias.
E foi uma escolha pensada e ponderada.
Não foi voto útil nem voto de protesto, foi um voto pela
mudança necessária na politica e vida portuguesa.
Gosto da Marisa Matias desde que vi as intervenções no
parlamento europeu e depois quando se deu o desaparecimento do Miguel Portas. Marcou-me
a postura, o discurso, a lógica, a garra, ser mulher e ser da minha geração. Acredito
que chegou o momento das mulheres se apoiarem e de começarem a mostrar o que
valem.
Chegou o momento dos mais velhos cederem a governação aos
mais novos e chegou o momento dos homens cederem espaço para que as mulheres
possam intervir mais e melhor na vida politica. Podendo uma mulher ser: mãe,
filha, prima, amiga, colega e tudo o mais que uma mulher é, sem que isso comprometa
o seu desempenho.
Somos mulheres e não somos mulheres disfarçadas de homens.
Passámos séculos a acreditar que para chegar a algum lado tínhamos de ser
iguais aos homens. Não quero com isto dizer que os homens não têm boas
qualidades que se possam adaptar, da mesma forma que as mulheres as têm e os homens
podem também adaptá-las. Crê-se que uma mulher tem de ser dura e implacável se
quiser chegar a algum lado ou para almejar um cargo de chefia.
Quando chega lá é porque é uma cabra mal amada (e estou a
ser gentil, porque a deixa não é de todo mal amada, se bem que também se
aplica). Até porque poucos são os homens que aceitam que a mulher que têm ao
lado lhes faça sombra ou chegue mais longe que ele no desenvolvimento
profissional. Ainda é assim, infelizmente. Como se um projecto de vida a dois, se medisse pela ambição da carreira...
Ser mulher e comportar-se como mulher deixa-nos vulneráveis
especialmente se estivermos naquela altura do mês, outro argumento que ouvimos
com regularidade. BASTA! BASTA! BASTA! BASTA!
Queremos mais Marisas, exigimos mais Marisas e vamos ser
mais Marisas em breve. Aguardem-nos!
Nem mais.
ResponderEliminarBanda sonora: Santigold - Disparate Youth ( https://www.youtube.com/watch?v=mIMMZQJ1H6E )