Hoje a minha avó faria 94 anos.
Sempre soube que um dia iria perdê-la (é a lógica natural da vida) e até esse dia ter acontecido, passou muito tempo.
Tenho essa bênção bem presente e sou imensamente grata por ter tido a minha avó tantos e bons anos na minha vida. Mesmo sabendo tudo isto, aceitando que as coisas acontecem desta forma, não poderia imaginar as saudades que iria sentir dela, são muitíssimas!
Desde que ela partiu que não passo um dia em que não pense nela, que não comente alguma coisa que fiz com ela ou que simplesmente a mencione. Na verdade, não tinha noção que o fazia. Numa banal conversa depois de dizer “ou como diria a minha avó…” apercebi-me da frequência com que falo e penso nela. Fiquei surpreendida, não por achar estranho mas por de facto não ter percebido como é difícil superar a ausência de uma das pessoas mais importantes da minha vida. E como eu, apesar de achar que tinha encaixado tudo bem, compreendido e aceitado ainda não consegui desfazer-me deste luto.
Seria muito pior se o
carregasse, sentiria mais o peso e não o sinto assim, acompanha-me. Não me
curva de dor e sofrimento, dá-me a mão e caminha ao meu lado. Se lhe largar a mão, parece que largo a mão da minha avó também... bem sei que não é verdade mas no meio do irracional disto tudo não consigo evitar pensar desta forma. Morrer é um
processo natural da vida, estava na hora. Apesar de preparada e mentalizada
para este desfecho, ainda não consegui seguir em frente, ainda me sinto a neta
que tem a avó, a neta da Dona Rosa.
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