É como limpar o lixo para baixo do tapete, não é por não o vermos que ele não está lá! Se não o limparmos (eventualmente um qualquer dia…), não haverá espaço para mais lixo por baixo do tapete. Uma parte fica escondida e outra completamente de fora, a transbordar por todos os lados, a gozar com a nossa cara para nos lembrar o que quisemos tanto esquecer.
Desde de tenra idade que nos ensinam que não devemos tornar visível a nossa frustração e em particular a tristeza. Não devemos demonstrar “fraqueza” nem vulnerabilidade. Devemos engolir os sapos, limpar as lágrimas encher o peito e continuar, continuar, continuar… como se nada fosse.
E como é possível fazer isto, sem nos danificarmos?
Tudo o que fica acumulado acaba por vir ao de cima, mais cedo ou mais tarde. Mesmo as questões que julgamos bem resolvidas ou achamos nós que já sabemos lidar com elas. Seja para nos avivar a memória, seja para as resolvermos de uma vez por todas. Independente do motivo, acabam por se manifestar.
A frustração reúne um pouco de tudo: tristeza, impotência e desilusão. As questões que se levantam, porque tudo precisa de uma explicação cabal para se entender, podem ser desconcertantes. Muitas geram mais angústia que esclarecimento. Não temos de saber tudo, nem compreender por muito difícil que seja, algumas situações são apenas para aceitarmos.
Não custam menos por isso. Nem sempre depende de nós, da nossa vontade ou empenho. São o que são. Talvez a frustração ainda seja maior por esse motivo, pela impotência angustiante que causa. Pela luta inglória que não chegará a bom porto. Não existem milagres nem atos de boa vontade que consigam dar a volta ou contornar.
Viver na ilusão ou aceitar
a realidade?
Quem não aceita a bem, aceita a mal.
Compreender o incompreensível
sem sentir frustração, não é para todos.
Não é definitivamente para mim.
Foto de Noah
Buscher na Unsplash
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