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Bad decisions make good stories

Há dias que parecem que são assim, o resultado de más decisões ou de uma não decisão (que a meu ver, dá igual).

Existem dramas maiores que os meus, sim claro… muita gente sofre pelos mais diversos motivos e na atualidade porque perderam muita qualidade de vida, injustamente.

Mas dramas são dramas, proporcionais às histórias de cada um. E por isso não são desvalorizados só pela associação que se faz a determinada pessoa, até porque as pessoas nunca são apenas aquilo que vemos, felizmente. A maioria das pessoas têm muito mais para dar e são muito mais interessantes ou não do que aquilo que mostram.

Fascinam-me as pessoas que alguns rotulam de uma maneira e que depois não são aquilo que mostram, para o bom e para o mau. Não consigo não ficar admirada com o bom e com o mau… não deixa de ser qualquer coisa de extraordinário aprofundar o conhecimento sobre a personalidade das pessoas, somos complexos e nunca somos totalmente aquilo que os olhos veem. 

E não estou a tecer juízos de valor, nem a criticar. 

Faço muitas vezes este exercício, construo personagens e histórias sobre as pessoas com os bocadinhos que vou apanhando e quase sempre acerto, está tudo lá. É como um puzzle, quando atiramos tudo para cima da mesa, parece só um monte de peças e que vamos demorar uma eternidade a encaixar tudo no sítio… mas depois do encaixe das primeiras peças, o resto é lógico. Só que ao contrário dos puzzles, a aprendizagem sobre as pessoas não tem fim. É como tudo… algumas pessoas são só e apenas aquilo que mostram ou pouco mais para além disso… sem que isto seja uma critica, são assim e só. Mas outras são pequenas caixinhas de tesouros que nunca se esvaziam.

Mesmo assim, não estamos imunes a cometer decisões erradas sobre as pessoas, injustiças.
Ou tomar uma qualquer atitude por imaturidade, irresponsabilidade ou por excesso de confiança que seja errada. Independentemente do motivo, devemos acima de tudo reconhecer que foi uma má decisão ou um mau julgamento e aceitar com responsabilidade as consequências desses actos. 

Existem sempre consequências… sempre. Disso não nos livramos.

E também não estou a falar de um castigo malicioso ou de um castigo divino qualquer, podem ser coisas deste género: termos de aprender a poupar dinheiro, aprender a pedir desculpa a um amigo ou familiar,  a cuidar, a deixar-se ir…só porque sim…

Os “castigos” nalguns casos, são coisas que sabemos que temos de implementar na nossa vida… e quando não os fazemos a bem, lá o destino arranja maneira de os impor à força.

São as “bad decisions” que apimentam a vida. Não é preciso andar sempre na corda bamba, mas por vezes a corda tem mesmo de abanar para acordamos.

Nem que seja só para percebermos claramente o que ganhámos ou que perdemos. E tentar melhorar o presente. 

Parece-me que não ganhei e ainda estou a tentar perceber o que perdi concretamente, estou a encaixar a lição, para melhorar na próxima volta. Felizmente temos sempre hipotese de recomeçar, o que é uma benção!


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