Uma espécie de mixórdia de temáticas

Hoje estou com a sensação que quero escrever sobre tanta coisa, que provavelmente irá sair uma mixórdia de vários temas!

Como hoje é o dia dos canhotos e como muito bem me relembrou uma amiga minha, eu canhota e prematura, talvez esteja com as duas singularidades em conflito e dai a necessidade de escrever sobre muitas coisas que podem ou não relacionar-se. Uma vez por outra, devemos ter o dia da bipolaridade, deve ser hoje o meu dia.

Por exemplo, quando nos dizem que só morrem os bons ou os bons vão primeiro…
E nós que ficamos cá, somos o quê? As sobras? Ou alguns bons num mix de maus que não morrem nem à paulada?

Que alguns que morrem são bons, não tenho qualquer dúvida. Que alguns são os bons dos bons, também não… mas nem todos. E não é por morrem que irão ficar melhores. Aliás, não têm hipótese de emendar o quer que seja, logo nunca serão bons! Ponto final, não é por esticarem o pernil que ganham o estatuto de super heróis… todos nós vamos morrer mais cedo ou mais tarde, por isso o importante é o que se constrói e o que fica feito… depois de mortos não há futuro nem nada a corrigir. Mortos lá do outro lado, não conseguimos resolver nada do que fica pendente por aqui.

É a mesma história com os velhinhos… são velhos, ok… mas não os faz melhores ou bons!
A velhice é um estatuto, que se deve respeitar sempre, mas isso não quer dizer que a Sra. velhinha seja amorosa, só por ser uma velhinha de ar fofinho. Também não quer dizer que uma pessoa não possa mudar em qualquer fase da vida, para o bem ou para o mal… mas o facto de envelhecermos não nos faz automaticamente bons, se não formos. Podemos tornar-nos revoltados, se o declínio do corpo nos levar a isso, o que não nos faz maus, torna-nos amargos… e mais tristes, mas não nos traz má índole. Há coisas que vivem dentro das pessoas e não é por ser criança, adulto, homem, mulher ou velho que vai mudar. Coisas de carácter, têm-se entranhadas na alma.

Alguns dias tenho a sensação que não sou todo terreno, mas faço por isso…
É o que dá estar em todas as frentes, estilo bombeiro de serviço que acode a incêndios, zangas matrimoniais, animais em fuga, cheias, mudanças de fechadura… tudo. Só ainda não consegui perceber como fazer a parte mecânica do meu carro, e ai sim…seria o kit completo! De qualquer maneira, não está posta de parte esta aprendizagem… e porque não? Desde que depois não me sobrem peças, parece-me pacífico.

E o preconceito da idade, que pesa mais nas mulheres que nos homens. Um homem velho é charmoso uma mulher velha é um bagaço. Parece que não pode haver beleza na velhice nem pessoas bonitas velhas… que sociedade atrasada a nossa, que não aceita o passar do tempo como uma coisa tão natural como respirar! O mesmo se passa com as questões do peso, um homem é robusto uma mulher é uma orca cheia de celulite. Enfim… e a culpa é nossa das mulheres, que nos vergamos às convenções. O ideal do mundo é ser-se jovem, bonito, uma sex machine, magro, rico, saudável e bem relacionado… vá e de preferência com mais do que o tico e o teco na cabeça, mas isto já é um extra meu. A perfeição é a convenção da frustração.

Também é um mito que os canhotos têm uma letra esquisita e escrevem como se tivessem a fazer contorcionismo! Eu sou canhota com letra bonita e sem me dobrar toda para escrever, consigo utilizar as tesouras e os abre latas como os inventaram…é claro que os inventaram ao contrário.

Tinha de acabar como comecei, para ter alguma coerência no meio da confusão. Feliz dia do canhoto para mim e para os demais. Uma pessoa quando nasce à esquerda, dificilmente mudará para a direita... mas nunca se sabe. Tudo o que é demasiado vinculativo, dá buraco... sei por experiência própria. 


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