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Responsabilização

O que se passa com o mundo?
Quem disse que é mau ter responsabilidades?
É tão natural como todo o resto. Somos responsáveis pelo nosso destino desde o dia que nascemos.
Por muito amor, dedicação e todo o mais que os nossos pais nos tenham, eles não vão viver por nós, nem serão os principais implicados pelas escolhas que fizermos, por isso, há que saber aceitá-las.

 - Somos responsáveis por tudo o que atraímos e pelas situações que escolhemos viver e também temos a capacidade de mudar tudo, se assim entendermos. Cada um tem o seu tempo e o seu modo de fazê-lo. Mas como gostamos tanto de nos usarmos como modelo, achamos que os outros que não se comportam como nós ou que não fazem as escolhas do mesmo modo que nós, estão completamente errados. E não estão. Há que saber aceitar a diferença e respeitá-la.

 - Lidamos mal com o fracasso. Não sabemos reconhecer que ao falharmos também estamos a aprender e que nem tudo o que fazemos é para ter sucesso. Isso não nos torna incompetentes ou menos capazes, faz de nós humanos normais. Pessoas que umas vezes falham outras não. Não é uma fraqueza falhar, só quem fica a ver a vida passar é que não falha, não arregaça as mangas e faz qualquer coisa. Iremos falhar as vezes que forem necessárias até aprendermos com isso.

 - Não temos de ser perfeitos. As imagens das revistas são manipuladas por Photoshop, aquelas pessoas não existem assim! Os filmes constroem personagens acompanhadas por guarda-roupa, música e bonitos cenários. Nós não temos de andar sempre com a roupa e cabelo alinhado e as nossas casas não têm de parecer saídas dos catálogos das revistas, os pêlos dos gatos andam pelo ar! As pessoas que procuram excessivamente a perfeição são chatas! Vivem castradas por normas, querem parecer sempre bem e estar sempre bem… e bolas, toda a gente tem problemas na vida e ataques de raiva que nos desalinham!

 - A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha. Parem de olhar para o lado!
O outro tem, também queremos. O outro tem porque é um sortudo, não que lhe tenha custado ou que tenha trabalhado para isso. A “sorte” do outro caiu-lhe no colo, é um grande sacana cheio de sorte!! A nós nada nos acontece por acaso e não temos aquela sorte. As conquistas dos outros são fáceis quase como truques de magia, as nossas são penas demoradas que nos consomem a vida. Chiça, que carga!!!! Olhem para a frente e para dentro, deixem se pensar nos outros e como os outros lá chegaram, quem disse que a fórmula do meu vizinho é a minha fórmula de sucesso?

 - Tudo é fast food.  A comida, as modas, os relacionamentos, os sítios, as pessoas! Cada coisa serve um determinado fim, mas com prazo contado. Não nos entregamos com tempo e disponibilidade para amar o outro. Queremos sexo só por sexo, sem complicações ou maior envolvimento. Descartamos pessoas como se descartam os sacos do lixo. Achamos que temos de ter ao nosso lado um tipo de pessoa, que encaixe num ideal que construímos. Somos implacáveis no processo de seleção e não admitimos falhas. Esquecemo-nos que um dia fazemos nós a escolha e no dia a seguir somos nós os preteridos…

A descoberta do que nos serve e do que queremos para o nosso bem, futuro ou vida é uma aprendizagem solitária. É um processo individual, longo que nos vai acompanhar por toda a vida. Sempre em construção e reconstrução.

Eu quero toda a responsabilidade que acarreta amar alguém. O amor em todas as suas vertentes.

Quero a responsabilidade do amor, só isso.




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