Aviso: se continuarmos a viver assim, vamos acabar muito
mal.
Não sou portadora de más noticias ou de grandes desgraças,
mas sei o que vejo e o que sinto. Se continuarmos a considerar as pessoas como
adereços sociais, verbos de encher, excedentes no mundo, peças que apenas
servem para servir não vamos a lado nenhum! Mais uma vez volto a bater na mesma
tecla: o dinheiro, a economia não podem estar a cima da vida. Não podem valer
mais do eu, tu e nós todos.
Não compreendo e não aceito isto. Pode ser utópico, mas vai
acabar por dar cabo do mundo!!!!!
Ou mudamos e passamos a respeitar-nos, a compreender a
importância única que cada um de nós tem, o valor e a mais valia que cada um
tem ou nem a economia nos vai salvar. Esta postura mina o espirito das pessoas…
deixa-nos doentes, deixa-nos tristes, incapazes, impotentes, raivosos, e pior
de tudo… está em crescente.
As empresas justificam despedimentos pela falta de lucro,
cortam nos rendimentos porque preferem investir na compra de outros ativos em vez de
investirem nas pessoas e nas mais valias que ai advêm, os Estados salvam bancos
em vez de investirem em sistemas de saúde dignos e operacionais, preferem
famílias desalojadas a banqueiros ou empresários presos. Um crime de colarinho
branco tem uma pena maior que uma violação ou violência doméstica. Abandonam-se
crianças e idosos à mercê da sua sorte, privilegia-se a beleza e juventude em detrimento
da experiência e conhecimento, as mulheres continuam a ser menosprezada e diminuída
socialmente, fala-se em baixa natalidade e não se criam condições para pais e
mães conseguirem disfrutar dos filhos e por ai fora.
Está tudo virado do avesso!
As prioridades de vida estão completamente alteradas e são
todos os dias alimentadas da pior forma. Não somos números de excel ou no
cartão do cidadão, eu sou a Sofia, filha dos meus pais e com as minhas
particularidades. Tenho as minhas ambições e expectativas e tento dar na medida
que recebo. Não considero os outros mais ou melhor que eu, são apenas
diferentes, sem que isso seja bom ou mau. Não temos de ser prémios nobel para
termos mérito, não precisamos de ovações para sabermos que fizemos bem.
A igreja que nos minou o espirito séculos a fio, faz-nos
crer que o mau tem de ser amplamente penalizado e o bom tem de ser apenas parte
da nossa natureza. Nós somos o equilíbrio entre os dois polos, ninguém é
totalmente bom ou totalmente mau… mas estamos sempre prontos para apontar o
dedo quando alguém faz mal e recriminar e muito pouco disponíveis para elogiar
e agradecer quando alguém faz o bem, como se o bem fosse um pressuposto
obrigatório. O bem é o nosso dever e por isso aceite como certo e seguro… já o
mau um dilúvio na nossa existência.
Por isso acredito que ou o mundo muda ou vamos acabar mesmo
mal.
Não há Noé nem arca que nos salve do dilúvio de almas
penadas que andam pelo mundo a sobrevalorizar o dinheiro em detrimento da nossa
vida. Já nem vale pena pensar que só
acontece aos outros, que escapamos… lamento dizer-vos, ninguém vai escapar.
No entretanto, ainda estamos a tempo de mudar qualquer coisa…um
dia de cada vez.
Começo por mim.
Olá Sofia,
ResponderEliminarNão posso estar mais de acordo com este teu post.
O mundo mudou de uma centralização no ser humano para uma centralização no mercantilismo. As pessoas não importam, nem nada do que elas façam importa, a menos que isso/essas coisas tenham um valor que possa ser trocado no tal "mercado". Ao longo da história isso só aplicava ás coisas, hoje aplicamos ás pessoas e como sociedade dizemos muito bem é assim que deve ser.
Precisamos de mudar, precisamos que á nossa volta cada vez mais pessoas abram os olhos e tomem consciência do que são "valores" humanos e se apetece/devemos batermos-nos por eles e fazer a mudança.
Beijinhos,
Bruno
Banda Sonora: https://www.youtube.com/watch?v=MQvZ4N1RfS8
Enquanto só trocavamos coisas, tudo bem... agora vidas...já é um bocadinho de mais. Temos mesmo de nos revoltar ;) - boa escolha musical!
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