Não ia escrever sobre isto… mas não podia não escrever.
A questão do cartão de cidadão ou cidadã é muito mais do que
um nome. Gozam homens, gozam mulheres, brincam todos com o tema. E riem…com
vontade, com desprezo, com desdém ou só porque sim. Não achei piada nenhuma.
É uma questão fundamental e importante? Não, não é. Há
coisas mais importantes para resolver na sociedade? Há sim. Então porque razão
haveria de escrever sobre isto?
Sou mulher e os homens não sabem, porque o mundo é macho e
masculino em toda a linha, como é difícil ser mulher num mundo que não nos
deixa ser mulheres. Algumas situações, só as mulheres é que vivem, os homens
nunca tiverem de ouvir: Nota-se que está com TPM! Ou comentários como: são
coisas de mulher histérica. Ou só as mulheres é que são desreguladas com as
hormonas aos saltos e por ai fora. Ou: não lhe digas isso que é mulher! E muitos mais exemplos poderia dar...
WTF?????
Pois é. O cartão do cidadão ou cidadã é um grão de
areia em tudo o que uma mulher tem de
passar. Como a pergunta da praxe: está a pensar ter filhos? Está a pensar em
engravidar? Coitada, faz o filho sozinha… vai ter de o parir e aguentá-lo por
toda a vida, nas febres, nas idas à escola, nos aniversários, na alegria e na tristeza, nas despesas, em
fim… nesse estorvo que são os filhos das mulheres para as empresas que as
contratam. Senão tem filhos ou é lésbica ou é máscula…ou não é mulher, porque
não é natural uma mulher não ter ou não querer ter filhos.
Aqui a cidadã, não se importa que a porcaria do cartão se
volte a chamar: Bilhete de Identidade. Vou continuar a ser mulher e a ter de
levar com as mesmas piadinhas sem graça ou com os piropos ordinários (AH não,
esses já são penalizados…que violência para os homens!!! São tão fofinhos e
elogiosos). Na prática o que desejo é que as mentalidades mudem, e que uma
mulher possa ser uma mulher e um homem ser um homem, com tudo o que lhes é
comum e diferente de direito. Coisas da natureza!
Se começa com nomenclaturas… talvez. O importante é que comece
por algum lado!
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