Perdeu-se a excitação de falar ao telefone.
O momento era aquele e só aquele, durante aqueles minutos ou horas, teríamos de falar de tudo e aproveitar cada instante. Na hora marcada para garantir que do outro lado nos atendem. E ficar confortavelmente a falar sem noção do tempo, a debitar palavras soltas, risos, memórias sem saber quando iriamos repetir o momento.
O momento era aquele e só aquele, durante aqueles minutos ou horas, teríamos de falar de tudo e aproveitar cada instante. Na hora marcada para garantir que do outro lado nos atendem. E ficar confortavelmente a falar sem noção do tempo, a debitar palavras soltas, risos, memórias sem saber quando iriamos repetir o momento.
E se não atender? Não vou saber quem ligou... E há-de
voltar a ligar se quiser muito, sim porque não ficava registado deste lado, terá
de ser o desejo ou a urgência do outro
lado a voltar. Combinar uma hora e saber que às 20h o telefone vai tocar para nós, para perdermos a noção do tempo, do espaço e de tudo.
Mas perdeu-se a emoção de falar ao telefone... Horas a
fio, longas chamadas de fim do dia ou no final da semana ou apenas um olá: só
para saber se estás bem. Queres sair? Queres fazer alguma coisa? Vamos tornar
esta conversa real... E íamos. Perdeu-se isso tudo.
Um dia deixo cair da minha vida o telemóvel como erradiquei o relógio. Não posso viver com coisas que interferem com o meu ritmo cardíaco, que me condicionam as células, quero sentir que ainda posso ser um bocadinho livre e dona do meu tempo. Tenho saudades das conversas ao telefone, quando eram pequenos prazeres e não, o que são hoje...
Um dia deixo cair da minha vida o telemóvel como erradiquei o relógio. Não posso viver com coisas que interferem com o meu ritmo cardíaco, que me condicionam as células, quero sentir que ainda posso ser um bocadinho livre e dona do meu tempo. Tenho saudades das conversas ao telefone, quando eram pequenos prazeres e não, o que são hoje...
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