Não existem pessoas perfeitas.
Existem pessoas que não se dão por satisfeitas ou vencidas com
o que pensam, com o que têm ou com o que são.
Uns torturados pela vida, outros que passam suavemente pelos
dias mas todos intensos. Aqueles que não querem ver o obvio, querem ir mais
além.
Os que se sentem derrotados pela incompreensão, os que lutam
para marcar uma posição, para vencer uma causa, para não seguir a carneirada
porque precisam respirar de forma diferente e sentir de forma diferente. Não
querem o óbvio, não querem apenas o que se vê com os olhos. Sentem de forma
diferente mas parecem iguais a todos os outros.
Mas não são. Estão dispostos a desbravar o mundo carregados de
um medo terrível de se expor ou de se dar.
Lutam contra o mundo e contra si próprios. Fecham-se do
mundo e de si próprios. Apagam a luz e enfiam-se em buracos fundos onde só
entram os iguais ou alguns aventureiros. Não veem nem na escuridão nem na luz. A
vida parece pouca quando é simples, porque nunca é. Desejam a simplicidade, que
não sabem praticar. Exigem simplicidade na exaustão de toda a complicação que
carregam na alma.
São pesados. São ricos, não são pouco, são tudo.
Comentários
Enviar um comentário