Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2016

Jet-lag

  Quando eu quero, tu não queres. Quando eu posso, tu não podes. Ás vezes queremos mas estamos em pontos opostos do mapa, ou a rotina ou os compromissos. Nem em sonhos nos encontramos, porque acordo cedo e deito-me tarde, porque dormes pouco e não se consegue nada com pouco tempo a sonhar. Porque sonho acordada e tu não. Sou demasiado racional para libertar coisas. Mas parece que este é um problema da sociedade actual. Felizmente ou infelizmente, não é exclusivamente meu ou nosso. As pessoas deixaram de saber relacionar-se. Deixaram de acreditar em milagres, magia, amor e algum romantismo. O fim das cartas por correio assinala a morte prematura destas coisas todas. Deixou de se saber esperar, deixou de se acreditar… do conhecer com tempo e com disponibilidade. O de estar só por estar. Saber esperar por um telefonema, por uma carta, por que nos batessem à porta. Encontros marcados com semanas de antecedência, sem hipótese de desmarcar e sem querer desmarcar. Ansiedade que m

Desencontros

São confusos e desorganizam o sistema. Entendo. Acontecem. Mas não são pacíficos. As dúvidas do que é. É ter certa uma expectativa que não se concretiza? É não lidar bem com planos mal planeados? É achar que o denominador comum nos desencontros do mundo, sou eu e apenas eu. Tudo o que muito se quer, desencontra-se de mim. Mesmo que tente contornar a realidade, as histórias, os desencontros parecem inevitáveis. Sempre. O regresso do dramatismo profundo. Que não gosto, mas é quase inevitável. Maldita lua em peixes. As dores da alma saltam quando menos se espera. Dizem, que nos faz crescer, que nos fortalece. Cada um tem de fazer a sua parte. Depois passa e as ideias reorganizam-se. A origem identifica-se, tralha que estorva o caminho. Os calcanhares de Aquiles mal arrumados. É uma tormenta que esmaga. Dói por dentro. Dói e dói a sério. Queima a agonia.  O denominador comum, eu. Falha inevitavelmente porque sou eu. Não mereço mais do que isto. Os outros veem isso. Sin

Matemática

E então? Não são as máquinas que imortalizam os momentos. São as pessoas. A memória fixa pormenores. Os sentidos registam o resto. Eu guardo tudo. Faço questão de parar o tempo, sempre para te guardar em momentos só meus. Registo detalhes. Depois pego e construo as histórias como quero e dou-lhes o sentido que bem entender. O ser humano produz tanta coisa interessante para se guardar. Detalhes próprios de cada um. Nunca vejo o mesmo. Vejo sempre mais. Descubro sempre mais. Tens muito. Como eu. Longe dos olhares alheios, temos muito mais. Não somos apenas nós. Não somos apenas pessoas que se partilham.  Somos momentos de pessoas que se dão. Com gosto. Com vontade. Somos matemática complexa. Mas de resultado certo.

Até à lua...

Aquele momento em que te ligam de madrugada e percebes que ias ter com aquela pessoa nem que estivesse na Mongólia.  Mas não vais, ficas ali. Imóvel. Campainhas, soam campainhas. O sono atrasa-se para o dia a seguir. Na realidade nem pensas em nada. Ficas só, de olhos abertos a pensar se tiveste coragem porque disseste que não ou porque não disseste que sim. Querias ir. E irias. Mas não tens autorização para isso. Há que respeitar as regras. As coisas são como são. E tu aceitaste, assumiste como provisório. E era.  O teu caminho era outro. Ficou o aviso que irias partir, quando esse momento chegasse. Sem olhar para trás. E foram chegando várias ameaças que estaria para breve. Não aconteceram. Não estava destinado. Não resultou, não quiseste. Estes cenários só funcionam nos filmes ou quando nos dão autorização para isso. Não tens autorização. Não vais dizer que queres mais a quem não vai alinhar. Estas manifestações são noutras histórias. Filmes e coisas que se inve

Viver todos os dias cansa*

Algumas bandas não sabem fazer música má. Tinha os Coldplay neste rol, mas entretanto ouvi o ultimo álbum de uma ponta a outra… e desta vez não acertaram na fórmula.  Mas são bons, lá isso são. Já os Onerepublic, continuam no bom caminho… Sempre com as palavras certas, nas mais variadas boas músicas que produzem.  “Some people lie but they're looking for magic Others are quietly going insane I feel alive when I’m close to the madness No easy love could ever make me feel the same (…)” A que se resume isto: F***-** Facilitem um bocadinho, sempre é cansativo. *titulo emprestado ao Pedro Paixão ao livro com o mesmo nome...diz ele: “Sei pouco sobre as mulheres e cada vez sei menos. Nem sei – ou quando sei já é tarde demais – se gostam de mim e, quando isso acontece, não chego a saber o que isso possa querer dizer. Há muitas maneiras de gostar, é verdade. Quando se gosta de um casaco é ele o que trazemos mais vezes. Com as mulheres é diferente. O