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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2017

Tarefas domésticas

Desde que tenho memória que é assim. As decisões e opções de escolha são factores inerentes à vida, não só na minha mas de todos. Era confortável quando os pais e os avós escolhiam o que tínhamos de comer e o que iríamos vestir. Deixava-me mais tempo para brincar e fazer o que quisesse sem ter de me preocupar com pormenores secundários. Que se lixasse se iria esfregar o vestido novo no cão ou no pó do quintal, coisas da vida! Quiçá destruir roupa nova a subir a uma árvore. Danos colaterais. Como estas coisas todas me chegavam às mãos ou à boca, sinceramente pouco me importava. Nas horas marcadas e quando era necessário havia sempre de tudo, o que era necessário: família, comida, roupa, dinheiro, saúde, férias, amigos, animais, bicicletas, roupa lavada, banho, calor e amor… nunca me preocupei com as proporções destas coisas. O que tive, sempre me chegou. Provavelmente não precisava de mais ou diferente. Na realidade só tinha de ser o que era, criança. Não esperavam que fosse de out

Viver o presente!

Era uma vez. Sei que já escrevi várias vezes sobre este tema mas volto a insistir nele. De tempos em tempos, precisamos recuperar a esperança na vida, nas situações ou na humanidade. Dito assim parece muito, mas são pequenas histórias e detalhes que podem fazer toda a diferença e que podem salvar o dia, o mês ou até uma vida (em casos mais extremos). Os milagres acontecem, as histórias dos filmes acontecem, os inesperados bons acontecem… Nós sabemos isto, lá bem no fundo, sabemos disto. Mas quando as circunstâncias endurecem, fechamo-nos no fundo do poço e optamos por ver tudo com pessimismo, com dureza, tornando uma situação difícil num calvário. Para algumas pessoas, esta técnica resulta durante um tempo, criam a ilusão que estão resguardados de todas as maldades que ainda lhes poderão cair em cima, e assim vão desaparecendo sem deixar rasto. A pergunta que eu faço é: nasce vida nos buracos escuros? Podem dizer-me, sim nasce. E que espécie de vida? No fundo do mar, sabemos

Entregues à bicharada!

Estamos entregues aos bichos. As pessoas perderam o bom senso. Como é que se pode achar que a resposta certa, quando nos fazem mal, é retribuir o mal? Ou quando alguém é incorrecto ou nos coloca numa situação embaraçosa, que devemos fazer-lhe precisamente o mesmo. Dente por dente, olho por olho, que se lixem!!! Quero lá saber…desenrasquem-se. As reuniões de condom inio são por si só, locais propicios para se destilar ódio sobre os vizinhos. Não sei porquê, mas é assim. Ou porque faz barulho, ou porque é chato, ou porque se metem em tudo ou apenas porque são mal educados. São sempre momentos altos na convivência de comunidade de um prédio. Destestáveis, mas necessários (digo eu). Pior quando se especula sobre a vida dos vizinhos.  O vizinho do sétimo andar, está insolvente. Bandido! Não se admite! Está insolvente porque não quer pagar o condominio, toda a gente sabe isso! As coisas e esquemas que as pessoas arranjam para não pagarem o que devem e para prejudicarem todas a

Desencontros

Somos vidas e espaços temporais trocados. Quando um parte para ocidente o outro caminha para oriente. Fogo e água, terra e ar, estrelas e pó tudo num só. De todas as vezes em que acredito que estamos a ganhar consistência, tornamo-nos líquidos ou evaporamos. Mesmo quando os nossos mapas astrais se encontram, mudam as luas, giram os planetas e volta tudo ao principio. Nem com encontros marcados, os imprevistos das agendas sucedem-se e estendem-se para além das 24h do dia. Parece impossível! Tantos desencontros para duas pessoas que se encontraram do nada. Circunstâncias improváveis que geraram um acaso. Nunca se teriam cruzado sem o advento da modernidade, sem que a abençoada tecnologia não existisse. Encontraram-se e quiseram-se, como experiência cientifica que se testa vezes sem conta até se descobrir a solução. O milagre da vida com amor e do amor com vida. Não encontram agora a cura para os sucessivos desencontros. Que desperdício! Falam e não se veem. Ouvem-se mas

Inverno

Os dias arrastam-se, implacáveis como o Inverno. Nunca será bom, nem seco, nem molhado, nem frio, nem ameno, será sempre preto e branco na pior das versões possiveis. Imagens feias que se dizem bucólicas, árvores secas e vazias, pessoas debotadas, infelizes, corpos que se arrastam com montanhas de roupa. Passamos por criaturas bafientas que vivem mortas, como as folhas que sobram nos ramos. Todas as estações estão equilibradas na divisão do tempo, o Inverno parece triplicado em tempos intermináveis. Como é romântico o fogo! Se desse vida ao que está morto, não tenho duvida que seria. No inferno nada disto é possivel. Lá esperam-nos requintes de malvadez, ordenados e desordenados mas prontos a usar. É o calor, dizem que transforma e transtorna as pessoas, induz a actos primitivos e irreflectidos semelhantes ao instinto animal selvagem. Antes isso que passar pela vida como uma sombra. É isso que o meu corpo te traz, vida. É vida que te dou, obrigo-te a viver e a ver como é b