Sonho de uma noite de Verão e outras noites...

Na sequência de diálogos imaginários sucedem-se também os monólogos.
A imaginação liga-se à corrente e solta-se sem rei nem roque, pelo mundo a fora.
Suposições, conversas, confissões, actos de rebeldia, momentos originais. No fundo todos queremos ser especiais e que nos façam sentir especiais.

Que nos apareçam à frente inusitadamente e sem aviso com um ramo de flores ou só com o desejo a sair pelos poros. Em qualquer uma das circunstâncias, que seja inesperado.
E neste cenário, posso imaginar o que quiser e dizer o que me vier à cabeça, com nexo e sem ele, com linguagem aceitável ou sem qualquer sentido. Posso imaginar cheiros e texturas ou como me irás aparecer à frente. Escolher-te a roupa ou esperar que venhas sem ela.

E rio-me sozinha. E o enredo parece que se constrói por si só, na velocidade do meu pensamento, sem esforço.

Situações do dia a dia, declarações, praia, luares, perco-me no cenário mesmo quando o importante é o conteúdo e não o contexto. Demoro-me em detalhes banais.
Volto a mim e foco-me. Afinal íamos onde?

Na verdade só queria chegar a um sítio, depois de tantas voltas e paisagens.
E milhares de palavras que eu gostaria que me dissesses mas que são minhas, não faz sentido. Não consigo saber ao certo, que palavras usarias, nada muito complicado de certeza. Escassas e talvez muito pouco claras, como sempre, saem a medo. Não dominas, tens medo de dizer mais do que deves ou dar algum sentido que te comprometa. Vou ignorar o discurso, é cansativo. Um adoro-te basta e arruma-se as palavras todas no resumo. Adiante.
E viajo mais um bocadinho pelo ar, só para sentir como seria levitar com o pulsar desta palavra dita com verdadeiro sentido.

Volto à terra e ao sitio onde quero estar, na tua cama. Numa qualquer noite quente de verão com a janela aberta, a brisa a entrar e nós sem adereços. Perfeitos como viemos ao mundo, como se deveria viver sempre. Felizes e bem dispostos, e predispostos a sucessivas maratonas de cama desfeita. Sessões continuas e com continuidade, com tudo o que temos direito.

São as saudades e desejo tudo misturado em ignição. Por mim, estaríamos assim… dias e dias e dias…até nos obrigarem a sair. Até que lançassem um alerta. Imaginar tudo ao mais ínfimo detalhe podia acalmar a ansiedade, mas quanto mais imagino, mais vontade tenho e mais ideias surgem de tudo o que gostaria de fazer contigo. E perco-me vezes sem conta a relembrar pormenores, a tentar minimizar a ausência e as saudades. 

Não consigo evitar. Alguns dias são difíceis de passar e quando isto acontece, volto sempre ao teus lençóis. 


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