É comum ouvirmos dizer e até
dizermos: "tenho-me portado tão bem que mereço um prémio" ou "só
por ter feito/pensado nisto, devias dar-me uma recompensa" são muitos os
exemplos possíveis.
As questões do certo e errado, do
bom e do mau e das compensações que merecemos pelo bem que fazemos aos outros e
a nós próprios, são ideias que nos "vendem" e que têm como principal
objetivo fomentar o bom desempenho e de certa maneira estimular a competição
entre todos. Os que executam boas ações recebem mais compensações, afinal de
contas merecem-nas. É lógico que as boas ações e intenções, quando cumpridas
com profunda entrega nos fazem sentir bem, a bondade dizem alguns estudiosos
nos temas do comportamento humano é saudável e a base para um cérebro mais sadio.
“Só assim poderemos reduzir o
sofrimento no mundo. Acredito na gentileza, na ternura e na bondade, mas temos
que nos treinar nisso.” - Richard Davidson, PhD em neuropsicologia e
pesquisador na área de neurociência afetiva.
Facilmente caímos no outro lado,
onde pende a inveja e o desdém pelas ações dos outros, onde escrutinamos as
atitudes deles como querendo obter algum proveito pelo bem feito e não pela
nobre intenção de fazer o bem pelo bem. Acreditar que temos de ser gentis e
bons, sem nos sentirmos enganados ou abusados pelos outros. Sem que nos tomarem
por ingénuos ou otários, coisas que o ego nos faz sentir é um tremendo desafio!
Tentar não replicar os
comportamentos desdenhosos – Se fulano rouba e safa-se, vou fazer o mesmo! – O
que vai na índole de cada um só diz respeito ao próprio e é o próprio que
alimenta. Se quer carregar dentro de si a inveja, o desdém, o desprezo, o ódio,
rancor, agressividade e tudo mais, que seja uma escolha consciente. Não espere
depois que o mundo seja gentil com ele, se não retribui da mesma forma.
Não é de hoje que se diz: o amor
cura tudo. A bondade, a ternura, a gentiliza são formas de amor que temos com
os outros e com nós próprios. Eu tenho de ser feliz comigo para ser feliz com
os outros. Eu tenho de ser bondosa comigo para ser com os outros assim como
tenho de ser efetuosa comigo para ser com os outros. O princípio básico de
aceitação e tolerância começa em nós, tudo o que precisamos temos em nós.
Não precisamos procurar fora,
está em nós, naquilo que somos e temos dentro de nós. Para os mais céticos, está
comprovado, não se esqueçam disso e no fundo todos sabemos disso.
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