Faz um ano que fui buscar a Valentina.
A Amigato tinha-a recolhido da rua, muito pequenina e
mirrada.
Numa daquelas imagens que o algoritmo (que sabe tudo o que
precisamos) do facebook nos mostra “aleatoriamente “pareceu-me ela.
E lá fui eu, conhecer a Valentina que por aqueles dias ainda se chamava Letoya.
Fui de coração partido com a perda da minha Picachu e pouco
restabelecida das semanas duras que tínhamos vivido.
Nem sei se foi coragem, carência ou alguma demência que me fez em tão pouco tempo procurar outra gatinha. A veterinária, também ela pouco refeita pela perda da Picachu, recomendou que esperasse um tempo. Eu e a Joaninha passamos uma semana complicada após a morte da nossa menina. A Joaninha visivelmente desorientada aguentou-se como pode apesar de ter ficado assim alguns meses. Nessa semana teve de reaprender a viver sozinha, que para ela é um tormento! Eu tive de me conformar com a ausência da gata mais querida que alguma vez tive e aprender a perdoar-me por não ter deixado que ela partisse por vontade própria. Fiz o melhor que pude da forma que me foi possível fazer e sei, acima de tudo, que fiz o que estava ao meu alcance e por vezes até fora dele. Não tenho poderes especiais nem a gatinha era suposto viver para sempre, como nada nesta vida é. Aceitar que é assim, é tudo o que temos de saber fazer.
Assim o destino e a minha mãe (já que foi ela que insistiu que levasse a gata a “teste”) fez com que trouxesse para casa outra gatinha. Outra gata, não tenho nada contra os gatos machos, as meninas são mais pequeninas e mais limpinhas até, não sei explicar, é talvez uma ligação maior com a energia feminina que as gatas me trazem e que deixam o Bóris solitário no conjunto dos gatos que já tive. Veio esta gata pequena, que logo no primeiro dia descobriu que o bidé tem um buraco onde conseguia caber e o motor do frigorifico é o esconderijo perfeito para um gato que cabe na palma da mão.
Já não cabe na palma da mão, felizmente! Os primeiros dias foram stressantes com um bicho tão pequeno a desaparecer por todo e qualquer buraco desconhecido na minha casa. Muito assustadiça e vá… um pouco parva, lá foi ganhando confiança comigo, com a Joaninha e com a casa.
Cresceu, cresceu em comprimento e largura e está a tornar-se uma companheira e tanto! Brincalhona, divertida, louca e muito amorosa. Esta gata, tenho percebido com o tempo, precisa de confiança e de ganhar confiança nas circunstâncias que a rodeiam. É isso que tenho feito por ela e ela por mim. Confiamos uma na outra e já somos grandes amigas.
Obrigada Valentina.
Definições possíveis para a Valentina:
- Valentecas ou Valentequinhas
- Pequenina
- Doidezima (tenho um dicionário de palavras inventadas para
as minhas gatas)
- Maluquezima
- Era um ratito e está uma ratona.
- Saltadora de umbreiras.
E já está assim, uma gatona como diz o meu pai.
Banda sonora para o post:
ResponderEliminarBeach House - Zebra
https://www.youtube.com/watch?v=N-wfb25WmV4
Olá! Neste dois últimos posts foi bom saber da excecional Picachu e agora da Valentina, que era um ratito e está uma gatona (eu sei troquei de propósito)! :) :P
Que música tão gira! Não conhecia :) Obrigado! É uma gatona louca mas muito gira. Já conquistou o espaço dela.
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