Alguns livros repetem-se, vezes sem conta… outros só uma
vez e outros nem se chegam terminar.
Quando um livro pega, pega mesmo…é um rastilho. Senão
tiver o efeito pólvora, posso aguentar um bom número de páginas mas depois
acabo por abandonar. Não vale o meu esforço e não me vai levar a lado nenhum,
ler não é para sofrer é pelo prazer. O meu compromisso com a leitura é este:
prazer de ler e aprender, se nenhum dos dois requisitos se cumpre, a causa está
perdida e por vezes até o escritor fica irremediavelmente perdido. Claro que
posso e devo, nalguns casos, dissociar o prazer de ler do aprender apenas, porque alguns
livros podem ser “dolorosos” mas necessários para aprender e o que tem de ser
tem muita força!
Tentar ler Milan Kundera aos 12 anos não foi uma boa
aposta. Com 12 anos não se compreende metade do que lá está escrito nem se
consegue perceber ao certo como é ser adulto, quanto mais uma literatura que
nos faz pensar profundamente sobre tudo. O mesmo aconteceu com Aquilino Ribeiro
e ai foi um problema de linguagem… antiga, cansativa, muito muito dolorosa…
ardiam-me os olhos.
Depois existem os livros fáceis, como os do Dan Brown que
o li em algumas horas sob chuva torrencial, num dia de Novembro no Brasi,
leu-se aquele e pronto, demasiado ligeiro para mim. Cumpriu os requisitos naquele contexto especial.
E depois existe um Gabriel Garcia Marquez, um José Saramago,
um Oscar Wilde, um Mario Vargas Llosa, uma Isabel Allende, um João Tordo, uma
Laura Esquível...que contrariam tudo. Escrevem com o coração, com amor e com
entrega e dá vontade de nos entregarmos completamente à leitura de tudo o que
escrevem, tudo! Quando gosto de um escritor tenho necessidade de ler tudo o que
encontrar dele... e sou capaz de ler três ou quatro livros do mesmo autor de
seguida... depois passo para outro... é um processo de interiorização, muito
forte.
E como hoje é o Dia Mundial do livro, não poderia deixar
de escrever sobre eles. Os livros são companheiros para todos os momentos, aqueles
que nos fazem viajar para terras longínquas, para histórias fantásticas, para
personagens impensáveis. Quando lemos um livro, somos muito mais que nós
próprios, somos parte da história. Senão o lermos ele não vive e sem ele a
nossa vida também é menos rica.
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