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A mostrar mensagens de julho, 2015

Para a minha avó

A minha avó fez 89 anos esta semana. Nem sequer é um número redondo, é imperfeito como os números impares. Mas é a idade da minha avó. E se ela é imperfeita! A minha avó tem muitos de defeitos, coitada, é verdade! Não gosto dela em menos por isso. É minha avó gostaria dela sempre, por isso mesmo. É a minha avó! E gosto ainda mais dela, porque a minha vida não seria a mesma sem tudo o que ela fez por mim. Apesar de todos os defeitos que carrega, foi e é aquilo que uma avó deve ser: presente, constante e de confiança. Se há pessoa nesta vida que nunca me falhou ou faltou foi a minha avó. E eu sempre tentei e tento retribuir da mesma forma. Não o faço por obrigação, faço porque é a minha forma permanente de agradecer tudo o que ela e o meu avô me proporcionaram, como criança, menina e mulher. Sinto que nunca será o suficiente, faça o que fizer. O valor do que me deram é tão grande que eu, neste corpo e nesta vida, nunca irei conseguir retribuir na justa medida. Mas tento

A realidade é dura

Um dia o mundo tem todas as possibilidades possíveis e imagináveis e no dia a seguinte deixa de ter. Nunca nos colocamos nesta posição: da impossibilidade. Pode ser pelo anseio da juventude permanente, não saber o que o esperar do tempo e julgar que se tem sempre tempo para tudo. A eternidade e o infinito é tudo o que temos pela frente, mesmo não tendo. Sabemos disso desde o dia em que nascemos, mas insistimos em esquecer, pelo bem da nossa sanidade. Mas num dia adormecemos com tudo aos nossos pés e acordamos com limitações que não calculávamos, porque sempre achamos que tínhamos tudo para conseguir fazer o que nos propomos sem entraves. O tempo sempre foi nosso aliado e de um momento para o outro, escasseou. Como se uma bomba estivesse a rebentar nas nossas mãos. E o bom senso diz-nos que não nos devemos precipitar e o coração rebenta, como quem diz: Vai! Faz o tens a fazer, já! A vida não é linha reta, tem curvas, montanhas, planícies, buracos, sol e chuva. Se nos adapta

Coisas boas que surpreendem!

E que bem que isto resultou! Eu sou fã do Meco, confesso. Adorava ir para ali, o caminho mauzinho, deixar o carro perdido no meio do descampado sem luz, encher os pés de areia e andar a carregar na chave do carro na volta, para ver onde acendiam as luzes! Era uma aventura. Os pinheiros, o cheiro do mar, a humidade e algum frio faziam parte. Obviamente que esperar pelo Eddie Vedder para um concerto memorável, também me ajudou a criar esta ideia romanceada do Meco (que já tinha antes dele). Fui feliz ali, porque ouvi música que gosto, sempre em boa companhia. Mas tenho de reconhecer que a mudança para o Parque das Nações, fez com que o ambiente se tenha tornado mais fácil de gerir: mais fácil chegar, estacionar, andar… mais económico, menos stress com idas e vindas, policia, distancias e afins. Não que alguma vez me tivesse queixado disso… era engraçado ter de percorrer aquele caminho mauzinho para o Meco, mas reconheço que em termos logísticos para todos, era muito mais dif

Finley Qualey na Aula Magna

Quando o conceito do Super Bock Super Rock era outra coisa, tive sorte de ver o Finley Qualey ao vivo.  Um homem que fuma e bebe em palco, tinha de proporcionar uma noite inesquecível! O reggae no seu melhor. Tudo o que pode esperar de um artista! E hoje deparo-me com esta noticia no Blitz: “Finley Quaye, estrela dos anos 90, expulso de palco por promotor do seu próprio concerto” Sem surpresa! Julgo que o Finley nunca mais editou nada, o que é uma pena! É muito bom música, as letras são boas e a sonoridade muito envolvente. Foi assim o concerto na Aula Magna à uns anos atrás… Um espaço pequeno, cheio e eletrizante a vibrar com Finley Qualey. Tenho saudades disto!

Até para ser festivaleiro, é preciso saber estar...

Não consigo perceber porque compram as pessoas bilhetes para um festival/ concerto e se posicionam de costas para o palco? Pior! estão todos os concertos a falar com os amigos aos gritos??? Neste caso já teria um bom uso para o selfiestick, seria para lhes dar com ele na cabeça!!!! Vamos lá pensar sobre o tema… Se compro bilhete é porque quero ver. Vou investir dinheiro (pelo menos o meu não cai do céu nem se reproduz com facilidade) Junto um grupo porreiro de amigos e vamos todos para o evento com a mesma motivação. Se vou ficar de costas para o palco um concerto inteiro, então é melhor ir procurar outro palco dentro do festival que me interesse. Ou vou comer ou fazer um xixizinho…mas não fico a azucrinar a cabeça das restantes pessoas à volta com conversas da treta. Também me irrita solenemente as pessoas que estão sempre a mudar de sitio. E deslocam-se entre a multidão como se não fossem pessoas que estivessem a empurrar mas uma porta, um calhau ou assim… Qual é a gr

Avô Fernandes

Se o meu avô fosse vivo, faria hoje 93 anos. Gostava muito da forma como o meu avô me fazia sentir, todas as vezes, como se a minha presença ou chegada lhe tivesse iluminado o dia, os olhos dele brilhavam. Era quase sempre assim.  Marcou-o ter nascido tão pequenina - "parecia um coelhinho" - como dizia. E ainda exclamava: "como poderia uma coisinha tão pequena vingar?". Soube mais tarde que me visitava com frequência em casa dos meus outros avós. Desviava-se do caminho para casa, para me visitar, devia ser para garantir que o coelhinho crescia como devia ser. Avô, sou um osso duro de roer! Se calhar era isso que ele admirava quando nos víamos, que sobrevivi, cresci e tornei-me mulher apesar dele ter ficado pelos meus 14 anos.  Quando me recordo do meu avô Fernandes, sou sempre a Sophia e nunca a Sofia.  Era observador o meu avô, e eu gostava de forma como escrevia e do modo como se deixava encantar pelos livros que o meu pai lhe oferecia. Era um homem

44 anos depois

Algumas história escrevem-se em poucas palavras. A minha neste contexto é extensa, mas tem poucas palavras. Acho que bem aplicada a palavra certa é: amor. O amor é elástico e aplica-se a uma série de situações e a música dá-me amor em todas as suas vertentes, não sei viver sem ela. O que eu gosto de música, concertos, cd’s, rádio, histórias, acompanha-me desde sempre. Durante anos a fio adormeci a ouvir música, umas vezes com o rádio ligado toda a noite e outras embrulhada no phones até as pilhas morrem. Nunca me faltou a música, pelas cassetes, pelo rádio, pela tv ou pelos cd's. Foi a minha companhia nas viagens de carro com infindáveis cassetes e mais tarde cd’s que percorreram quilómetros e quilómetros de estrada. Bandas sonoras para idades e momentos de vida, preciosidades irrepetíveis. E o amor dos amores, com os The Doors.  Ora um grande amor não se explica, sente-se… e só de estar a escrever isto, fico com pele de galinha. É ouvir os acordes de uma música do