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44 anos depois

Algumas história escrevem-se em poucas palavras. A minha neste contexto é extensa, mas tem poucas palavras.

Acho que bem aplicada a palavra certa é: amor. O amor é elástico e aplica-se a uma série de situações e a música dá-me amor em todas as suas vertentes, não sei viver sem ela.

O que eu gosto de música, concertos, cd’s, rádio, histórias, acompanha-me desde sempre. Durante anos a fio adormeci a ouvir música, umas vezes com o rádio ligado toda a noite e outras embrulhada no phones até as pilhas morrem. Nunca me faltou a música, pelas cassetes, pelo rádio, pela tv ou pelos cd's. Foi a minha companhia nas viagens de carro com infindáveis cassetes e mais tarde cd’s que percorreram quilómetros e quilómetros de estrada. Bandas sonoras para idades e momentos de vida, preciosidades irrepetíveis.

E o amor dos amores, com os The Doors. 

Ora um grande amor não se explica, sente-se… e só de estar a escrever isto, fico com pele de galinha. É ouvir os acordes de uma música dos Doors a tocar em qualquer lado e a minha atenção centra-se nisso, como se não existisse mais nada à volta. Procurámo-nos e encontrámo-nos ao longo da vida, vezes sem conta. 

É uma essência que me compõe, seja lá o que isso for. Difícil de pôr em palavras a descoberta de todo um mundo que surgiu para mim um pouco antes da adolescência e que nunca se perdeu. Foi crescendo comigo, etapa a etapa, célula e a célula, partícula a partícula. Dois em um, indissociáveis. São assim os The Doors para mim.

Não é apenas o Jim Morrison, nunca foi. Não lhe posso tirar o valor, magnetismo e encanto que é óbvio, é o todo e cada um por si só. Hoje 44 anos depois do seu desaparecimento, os The Doors nunca mais foram os mesmos sem ele. 

Garantidamente a eternidade é vossa, assim como o meu amor.



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