A minha
avó fez 89 anos esta semana. Nem sequer é um número redondo, é imperfeito como
os números impares.
Mas é a idade da minha avó. E se ela é imperfeita! A minha
avó tem muitos de defeitos, coitada, é verdade! Não gosto dela em menos por isso. É minha avó gostaria dela
sempre, por isso mesmo. É a minha avó!
E gosto ainda mais dela, porque a minha vida não seria a
mesma sem tudo o que ela fez por mim.
Apesar de todos os defeitos que carrega, foi e é aquilo que uma
avó deve ser: presente, constante e de confiança.
Se há pessoa nesta vida que nunca me falhou ou faltou foi a
minha avó. E eu sempre tentei e tento retribuir da mesma forma. Não o faço por
obrigação, faço porque é a minha forma permanente de agradecer tudo o que ela e
o meu avô me proporcionaram, como criança, menina e mulher. Sinto que nunca
será o suficiente, faça o que fizer. O valor do que me deram é tão grande que
eu, neste corpo e nesta vida, nunca irei conseguir retribuir na justa medida.
Mas tento.
Ela esteve sempre ao meu lado quando estive doente, quando
precisei de companhia, para me levar e ir buscar à escola, para me dar o
almoço, para me cozer o vestido rasgado, para me ensinar a mexer na máquina de
costura, para apagar as velas do meu aniversário, para me dar banho, para me
fazer salivar com a comida que tão bem cozinhava, para pôr os “fenos de
Portugal” nas gavetas dos lençóis, para irmos às compras de natal, para os
passeios de fim-de-semana, para nos levar à praia… para tudo.
O mau feito é compensado por uma tenacidade que mais ninguém
tem. Incansável no apoio a toda a família.
A única vez que me lembro de me ter tentado dar uma palmada,
foi uma vez em que por algum motivo desobedeci e ela tentou apanhar-me para a
palmada. Não conseguiu, claro… eu corri pelo quintal a fora como se estivesse a
jogar à apanhada! Ela cansou-se logo, desistiu e riu… sempre me portei bem.
Presença fixa na ajuda que incansavelmente deu a
toda a família, é essa a marca da minha avó e fazem dela um exemplo, na constância e
confiança que isso sempre me trouxe, que isso sempre nos trouxe. Sempre esteve
lá para pôr tudo a mexer e tudo a funcionar.
Os últimos anos não têm sido fáceis. A velhice é uma treta!
Todos os minutos contam, não só na velhice, mas especialmente nesta idade. O
amanhã é incerto e a saudade do que foi vai aumentando.
Relembro-me disto todos os dias, com um obrigado Avó, do
tamanho do mundo.
Aproveitar todos os momentos possiveis com "eles"...
ResponderEliminarReli isto hoje... é mesmo assim. Todos os minutos, serão sempre poucos. Então quando terminam... são preciosos.
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