Quanto se consegue aguentar, até que se atinja o ponto de saturação?
Depende provavelmente de cada um, o ponto de saturação pode
ser grande, pequeno ou médio e pode ainda ser mais ou menos rápido de se
atingir de acordo com estes pressupostos. Não deve existir uma regra para estas
coisas, mas existe seguramente um momento de viragem, em que se diz: Basta!
Seja porque motivo for: apenas pelo cansaço acumulado, pela
incompreensão, pelo desgaste, pelas sucessivas tentativas sem sucesso, pela
insistência, por se acreditar, pela fé, por amor, por desejo, por casmurrice…
enfim pelos mais diversos motivos. Todos em conjunto ou repartidos, acabam por
causar um peso na alma que não tem explicação, um quebranto no corpo que só nos
faz ter vontade de cair de joelhos sobre a terra! Aceitar que é preciso desistir,
saber reconhecer que às vezes é a única solução. Não é cobardia ou falta de
coragem, é o momento em que se percebe que se continuar por ali, vai-se ficar
doente do corpo e do espirito. Que se vão acumular dores desnecessárias, o inevitável
sofrimento vai chegar, físico e emocional e vamos sofrer por qualquer coisa que
não conseguimos controlar. Não vamos conseguir suportar por muito mais tempo…
Custa ainda mais quando se gosta muito, mas tem de se gostar
ainda mais de nós próprios. Não é aceitável nem desejável, colocar o outro à
frente do nosso próprio bem estar, da nossa própria vida. Em primeiro lugar, somos
os zeladores de nós próprios, por isso é de nós que temos de saber tomar conta.
Cada um saberá tomar conta de si próprio, em primeiro…só depois de todos os
outros. Somos nós que vivemos esta vida que é nossa, pessoal e intransmissível,
temos de saber cuidar dela.
Mesmo os mais prestadores dos espíritos, os mais disponíveis
e dispostos a tudo e todos, atingem o ponto de saturação. O extremo dos
extremos, quando já não se pode mais. A vida tem momentos bem difíceis e
complicados de superar, desafios…como dizem que são, é preciso saber como escolhemos
vivê-los.
Ficar um tempo, num cantinho só nosso resguardado, pensar,
arrumar ideias e decidir quando iremos avançar, quando vamos voltar ao ponto
zero. Chorar tudo o que tivermos a chorar, sofrer tudo o que tivermos a sofrer,
lamber as feridas e recompor-nos.
E encarrar com esperança o recomeço, é sempre um momento positivo
de fé.
Vamos lá ter fé!
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