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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Doar Sangue

Dizem as noticias dos últimos dias que ainda faltam 40 mil unidades de sangue, que o sangue disponível não consegue suprir as necessidades. Em 2018 tornei-me dadora, não só pelo facto de conseguir ajudar pessoas que precisam mas também como forma de agradecimento para o cuidado que o sistema nacional de saúde teve comigo nos últimos tempos. Não podemos só exigir porque pagamos impostos, ainda que isso seja perfeitamente legitimo, pagamos muito, ainda assim temos de fazer a nossa parte. E esta parte não custa dinheiro. Eu sei que o pânico de agulhas e ver sangue é real e que muitas pessoas têm a vontade, mas não conseguem ou não reúnem as condições físicas para se tornarem dadores. Eu não sofro de nenhum destes males, nada do que ali se faz me faz impressão ou confusão. Eu vejo as operações que dão na televisão quer seja a pessoas ou a animais, por isso, na verdade não tenho qualquer motivo para não ser dadora. Ainda ontem tive a espetar uma agulha de soro na minha gata, para o

1 ano sem ti

Sem darmos conta, passou um ano. O tempo é implacável nestas coisas, corre sem parar, mesmo que algumas coisas nunca mudem.  Quando se perde uma pessoa importante, nada muda, a não ser a distancia da ausência. O resto é imutável, só a saudade que cresce e se multiplica. A minha ultima avó partiu faz hoje um ano, numa manhã de Janeiro com sol que reservou a chuva e o frio para nos acompanhar nos dias que se seguiram. Deixou-se ir, numa rendição que se adivinhou nos dias que antecederam a sua partida. No fim-de-semana, dela só restava um pouquinho de luz, senti a vida a deixá-la com suavidade. Ainda era ela, falou só porque a chamei, despedi-me dela com um beijo, estava quentinha e   bem aconchegada como sempre. Só foi só possível vivermos o que vivemos, em todas as férias de Agosto com minha avó, porque ela era como era! Apesar de se arreliar com a nossa vida louca e do pouco tempo que passávamos em casa e a fazer-lhe companhia, tinha mais curiosidade em saber o que fazíamos

Incredibilidade

Não consigo evitar! Espanta-me sempre a incapacidade que as pessoas têm de não se sentirem responsáveis pelo que fazem.  Numa primeira instância, a incredibilidade instala-se e ficamos sem reação, depois passada esta fase passa a ser apenas cómico! O que se deve aprender com a vida, com a experiência, com a história pessoal de cada um é muito mais do simplesmente seguir a rotina, pelo caminho pressupõe-se que as pessoas tenham capacidade a aprender as lições que precisam e as que devem. Existem coisas básicas, que a meu ver são básicas, como: se vou semear laranjas não vou estar à espera de colher maçãs! Se sou gentil os outros serão gentis comigo, se sou educada serão educados comigo e por ai fora, é assim que as coisas se encadeiam na vida. Mesmo que numa primeira fase, o outro comece com falta de educação e desrespeito, se mantivermos a postura certa, positiva e construtiva, mais cedo ou mais tarde ou outro irá acabar por mudar de postura. Bem, também é preciso que o outro la

Para ti

Caíram por terra esgotadas todas as definições de amor, deixaram de fazer sentido, qualquer uma que seja, na verdade do que sente o meu coração. Cada um inventa a sua e dá-lhe o sentido que bem entender. Podes refugiar-te em dissertações e reflexões esgotantes sobre ele, sem chegar a uma conclusão satisfatória. De todas as inconstâncias que se possa encontrar na vida, no amor não haverá incertezas ou incongruências, apenas a convicção do que se sente e do que se deseja. Nada mata o amor, nem mesmo a falta dele. Nem a tua falta de esperança ou a morte que lhe queres impor, o amor não morre nunca, nem por tua ou minha vontade, por nada! Vive dentro de nós, em todos os recantos do corpo, por dentro e por fora, é uma partícula que nos ocupa por inteiro. Só assim se explica que continues a respirar, mesmo depois de teres deixado de ter fé, é o amor que te mantém o sangue a correr. Essa busca incessante em perceber os porquês e como, nos acontecem as coisas mais inexplicáveis e mág

Paradoxos

As pessoas são curiosas. O que uns valorizam, outros desprezam. E vivemos nesta dicotomia, entre o que uns acham certo e outros errado, o que se deseja muito e o que se repudia com igual veemência. As palavras que se desejariam ver dirigidas e imaginas para si, outros querem-nas longe da vista e bem distantes. Não se querem associados a imaginações férteis que nada mais são, que o produto de um imaginário pessoal sem referências. O ego elevado ao expoente máximo da loucura! Nunca se conseguirá agradar ou satisfazer todas as pessoas. Nunca seremos apenas amados ou desejados, vamos também ser odiados e repudiados mesmo quando as intenções são as melhores. A pluralidade de pessoas, deixa-nos à mercê destes critério, variáveis. Não deixa de ser fascinante, a forma como o mesmo conteúdo poderá ser alvo de avaliações tão dispares, e ficar balizado entre polos oposto, sem que pelo meio o meio termo do entendimento consiga prevalecer. Somos únicos por tudo o que nos dife

Perpetuar a memória

Estava hesitante se deveria escrever este texto, hoje e por ser hoje. Entretanto depois de refletir bem sobre o tema, não só conclui que devo como é essencial que o faça.  A memória das pessoas que amamos ficará sempre viva enquanto houver quem se recorde. E eu quero recordar a minha avó, hoje e sempre. Enquanto eu me lembrar dela e registar isso, ela vai continuar a alimentar o meu imaginário e a reconfortar a minha alma. Vai viver algures neste espaço em que eu vivo, outros irão ler o que escrevo sobre ela e recordá-la ou simplesmente imaginar e sentir a ligação que existe entre nós. É uma ligação perpetua, nunca existirá um verbo no passado entre nós. Por isso é com sentido de missão que escrevo este texto, hoje e sempre que me apetecer escrever sobre a minha avó. Não é doloroso escrever sobre ela, ainda que me inundem as saudades, é o conforto do amor que me faz escrever, falar ou pensar nela. Hoje faz dois anos que ela morreu e esse sim, foi um dos dias mais tristes qu