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1 ano sem ti

Sem darmos conta, passou um ano. O tempo é implacável nestas coisas, corre sem parar, mesmo que algumas coisas nunca mudem. Quando se perde uma pessoa importante, nada muda, a não ser a distancia da ausência. O resto é imutável, só a saudade que cresce e se multiplica.

A minha ultima avó partiu faz hoje um ano, numa manhã de Janeiro com sol que reservou a chuva e o frio para nos acompanhar nos dias que se seguiram. Deixou-se ir, numa rendição que se adivinhou nos dias que antecederam a sua partida. No fim-de-semana, dela só restava um pouquinho de luz, senti a vida a deixá-la com suavidade. Ainda era ela, falou só porque a chamei, despedi-me dela com um beijo, estava quentinha e bem aconchegada como sempre.

Só foi só possível vivermos o que vivemos, em todas as férias de Agosto com minha avó, porque ela era como era! Apesar de se arreliar com a nossa vida louca e do pouco tempo que passávamos em casa e a fazer-lhe companhia, tinha mais curiosidade em saber o que fazíamos do que em se zangar. Mesmo quando se aborrecia, passava-lhe rápido. Alinhava nas brincadeiras e nas conversas malucas que tínhamos com ela, riamo-nos muito! Tinha espirito.

Gostava de ir ter com ela a Amadora, para bebermos café ou lanchar um croissant com chocolate. Defini com ela o hábito de falarmos ao telefone pelo menos uma vez por semana, sempre que falhava ou me atrasava, reclamava sempre em tom de brincadeira. Apesar de torcida e difícil de lhe mudar uma ideia, ficava a pensar e era capaz de aceder a concordar sem nunca dar parte fraca, até nisso era engraçada. Quando o tema não era demasiado sério para isso.

Esta fotografia foi tirada num dia de verão quente na Portela de Unhais, na Pampilhosa da Serra depois de um almoço de família. Na foto estou eu (esquerda e de amarelo, claro!), a minha avó Maria, a minha irmã Rita e o meu avô Fernandes, provavelmente numa fotografia tirada pelo meu pai ou pela minha mãe.
Foram muito bons, senão até maravilhosos, estes anos de infância que passamos com nos nossos avós.

Muita sorte, foi o que tive! Um agradecimento para eles do fundo do coração, esta preciosidade regista isso mesmo, a felicidade de quem sabe que tem um tesouro.



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