Caíram por terra esgotadas todas as
definições de amor, deixaram de fazer sentido, qualquer uma que seja, na
verdade do que sente o meu coração. Cada um inventa a sua e dá-lhe o sentido
que bem entender. Podes refugiar-te em dissertações e reflexões esgotantes
sobre ele, sem chegar a uma conclusão satisfatória.
De todas as inconstâncias que se possa
encontrar na vida, no amor não haverá incertezas ou incongruências, apenas a convicção
do que se sente e do que se deseja. Nada mata o amor, nem mesmo a falta dele. Nem
a tua falta de esperança ou a morte que lhe queres impor, o amor não morre
nunca, nem por tua ou minha vontade, por nada!
Vive dentro de nós, em todos os
recantos do corpo, por dentro e por fora, é uma partícula que nos ocupa por
inteiro. Só assim se explica que continues a respirar, mesmo depois de teres
deixado de ter fé, é o amor que te mantém o sangue a correr. Essa busca
incessante em perceber os porquês e como, nos acontecem as coisas mais
inexplicáveis e mágicas. Como se pode sofrer tanto por amor, quando se tem e
quando se perde? Que antidoto precisaremos desenvolver para conseguir
sobreviver ao amor sem mazelas?
Sabes que mais? O segredo está em
deixá-lo viver, não tentar enfiá-lo numa fórmula qualquer ou procurar razões
onde só o que se sente é certo, quando não é pela cabeça que se chega lá, é
pelo pulsar do músculo dentro do peito.
Quanto mais combateres o amor, nessa
luta desigual, mais ele se irá infiltrar em ti, para nunca se extinguir. Vai obrigar-te
a absorve-lo quer queiras quer não, estará guardado em ti quando acordares
dessa letargia em que vives. Podes tentar isolá-lo, dissecá-lo, enraivecer-te, gritar
que não existe que é tudo uma invenção para nos manter presos a uma ilusão que
não existe, mas eu sei que não sentes nada do que dizes, queres simplesmente
contornar a dor.
Não existe nada de incompreensível no
amor, o que estraga o amor, não é o amor! São as pessoas que não sabem vivê-lo
e valorizá-lo, não és tu por sentires muito e quereres muito, é pelo pouco que
os outros estão dispostos a dar, por acharem que o amor se basta como se fosse
autossuficiente. Por muitas sementes de amor que tiveres, se não as regares e
cuidares nunca irão crescer e desenvolver-se, não existe amor sem empenho e
dedicação. Não te deixes minar pelo desleixe dos outros, quando o teu amor é
grande e bom!
Nenhuma tormenta dura eternamente nem
nenhum estado de graça, a felicidade e a tristeza são estados transitórios para
um equilíbrio que precisamos encontrar, o meio-termo é o caminho certo. Vive-se
melhor na alegria e na dor na certeza que o amor nos acompanha e nos fortalece,
dentro de nós temos tudo o que precisamos. E dentro de ti, existe tanto!
Li algures no livro do Valter Hugo Mãe
(A máquina de fazer Espanhóis): “o amor é para heróis” e eu sei que tu tens
coragem para seres esse herói que o teu amor precisa.
(Barragem de Santa Luzia_Dez. 2017, foto tirada por mim)
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