Def. adjetivo de 2 géneros:
É tão real que parece verdadeiro. Como se ainda acenassem naquela janela, onde tantas vezes esperam por nós. Como se a rotina não tivesse mudado e as listas de compromissos não se tivessem reajustado à nova realidade. Ainda se sente tudo recente, como se não tivesse acontecido porque a presença não se ausentou na inexistência, faz parte do dia-a-dia e é tão real como um arrepio da pele.
Foto: Peña dos enamorados ou cabeça de índio, Antequera/Espanha
1. que está em falta
2. que não existe
É assim que se define a palavra
inexistente: o que está em falta ou o que não existe. Algumas palavras só
ganham realmente sentido quando algo está em falta ou deixa de existir, como é o
caso da palavra inexistente. Tantas vezes usada e nem sempre fácil de materializar
o seu sentido.
A inexistência tem-me fixado os
pés na terra, sempre que, sem dar conta viajo pela existência de pessoas e situações
inexistentes. Deixo-me vaguear por pensamentos familiares e por memórias que
ainda me parecem presentes, como se conseguisse estender o inexistente pelo
presente.
É tão real que parece verdadeiro. Como se ainda acenassem naquela janela, onde tantas vezes esperam por nós. Como se a rotina não tivesse mudado e as listas de compromissos não se tivessem reajustado à nova realidade. Ainda se sente tudo recente, como se não tivesse acontecido porque a presença não se ausentou na inexistência, faz parte do dia-a-dia e é tão real como um arrepio da pele.
Quando depois de muito divagar
entre o que ainda parece real e o real concreto e absoluto, a inexistência
atinge-me como um raio! Caramba, nada disto vai passar assim. Já não te esperam
naquele sítio, já não precisam que faças, que estejas ou que chegues. Tu és o
presente, todo o resto já não existe, não da forma que o sentes.
Tem dias que parece tão real que
demoro um pouco a situar-me na realidade. Por vezes até me rio sozinha com esta
constatação. O comum, o habitual o de sempre deveria ser existirem e de estarem
ali, mas o inexistente ocupou o espaço todo.
Por mais estranho que tudo isto possa
parecer, todos estes momentos são reconfortantes, preenchem um bocadinho as
saudades deixadas pela inexistência.
Foto: Peña dos enamorados ou cabeça de índio, Antequera/Espanha
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