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Há sempre uma razão

O motivo para qualquer coisa é o um importante impulso para a concretização. Existe uma razão, que em si nos leva a determinada ação.

Um gato é só um gato, mas pode ser muito mais do que isso. Uma gata que sozinha encheu uma casa, um coração e uma vida. Sem convite entrou instalou-se e ficou, para sempre. Tudo de acordo com o consentimento de ambas as partes. Porque haveria uma de ficar perdida na rua e outra sozinha numa casa, se podiam ficar as duas juntas?

Um motivo como outro qualquer ou muito mais do que isso. Um gato ou um cão são muito mais do que motivos, são a afirmação de um compromisso tão sério como aqueles que assinamos nos contratos e nas entrelinhas das repartições de finanças.

Um animal pequeno que ocupa o espaço todo, físico e emocional. E porque é tão maior que o tamanho do corpo que tem, não só muda uma vida como define tudo o que se segue. O seu temperamento e a necessidade de companhia obrigaram a trazer-lhe uma amiga. No início por ser pequena e carente e agora, por ter sentido a perda com imensa solidão refletida no brilho dos seus olhos verdes expressivos.

O desafio de compensar quem nos deu tudo, resume-se a isto. Os animais não são todos iguais e podem ser desafiantes e eu já tinha tido o maior desafio de todos com a durona Berta, a gata que só fazia o que queria, como queria, da forma que queria e eventualmente nos dias pares, se assim fosse a sua vontade. Nem ter chegado do tamanho de uma mão a fez mudar o génio, há que louvar a coerência que sempre teve nisso, ainda assim um amor.

Como tudo na vida, um dia compensam-nos. Não porque nos portamos bem ou fizemos tudo da forma correta mas porque merecemos. Quem tem uma Berta na vida, sabe ver e compreender os gatos todos do mundo de outra forma, um dia tem a compensação com uma Joaninha. Afinal alguns gatos são mais mágicos que outros. Não que se goste mais de um ou de outro, são todos maravilhosos e desempenham papéis fundamentais nas nossas vidas.

Mas a Joaninha é a Joaninha e se duvidas houvesse sobre o potencial desta gata, basta olhar para ela para perceber. Um exemplar vulgar do europeu comum, que nada tem de vulgar, só mesmo a definição de uma caderneta do veterinário. Cresceu e transformou-se, tornou-se adulta e agora a rainha sábia da magia passa o conhecimento à nova inquilina, que como ela tem uma magia que vai para além do óbvio, ainda que não saiba.

Não pode ser mesmo por sorte, isto dos gatos que nos calham, só pode ser por merecermos.



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