Estamos no tempo de colher o
que estivemos a semear ao longo do ano ou a colher as coisas que temos vindo a fazer
na e com a nossa vida. No entanto, uma vez que estamos nesta época do ano,
ficamos mais sensíveis para considerar este tipo de balanço.
Diria que pode e deve
acontecer sempre que necessário e não porque termina um ano. Mas já que existe
esta tradição, nada como lhe dar bom uso. Refletir sobre comportamentos,
atitudes, vontades, desafios e por ai fora é sempre um exercício que vale a
pena fazer. No fundo, todos os sabemos o que é certo e errado e se o que
fazemos está dentro dessas critérios que temos pré-estabelecidos.
Se não fomentamos laços com
nada nem com ninguém, não vamos seguramente esperar que de um momento para o
outro existam. E mesmo quando existem, se não os reforçamos, se não lhes
dedicamos tempos e amor não vamos colher nada daí.
Podemos até ser um terreno
fértil e que facilmente cria empatia com os outros, cordialidade e simpatia
aparente. Podemos gerar ligações ou lucros, que nos preenchem momentaneamente e
que servem um estilo de vida. Tudo isso está certo, se é isso que queremos e
que procuramos na vida.
A vida dá muitas voltas e muitos
laços acabam por se perder, alguns nem damos conta e outros percebemos que se
vão desvanecendo. Se não semeamos, se não regamos, se não cuidamos, se não
estimamos, esperamos o quê concretamente? Que retorno será este? Se não fazemos
a nossa parte, o que devemos esperar?
Se soubermos que é assim,
consciente porque escolhemos ou porque entendemos que algumas coisas acontecem
assim porque tem de ser, tanto melhor. É menos uma frustração que vamos sentir.
Somos sempre responsáveis por aquilo que fazemos e não fazemos, os outros terão
também a sua responsabilidade, nesta coordenação unilateral o que não se
encontra no meio é tudo o que se perde. Só se perde verdadeiramente se ambas as
partes o sentirem deste modo.
Se um dos lados simplesmente
perder o elo, sem sentir falta então não se perdeu nada. Só se transformou em
qualquer coisa que nunca mais voltará à forma inicial. Não tem nada de errado
nisso, algumas coisas são como são. Só fica o que vale realmente a pena.
Só se colhe o que se semeia.
Photo by Jakob Puff on Unsplash
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