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A fibra que nos une

Eis que a Primavera, como sempre, nos trás o milagre da vida!

Não é a minha fé que o diz, são as provas objectivas que tenho desde o ano passado e que mantém vivas as minhas avós. São milagres da vida, da natureza e dos poderes sobrenaturais que elas têm. A fibra que estas duas mulheres têm ou a força de viver que as liga ao mundo, só pode ser um milagre! Um milagre daqueles que nos reconforta e nos orgulha... Somos feitas da mesma fibra!

Se todo o resto falhar, pelo menos que a genética ajude e me beneficie com as células milagrosas que espero comungar com elas. O facto de ainda ter avós é por si só um feito e de estarmos todos juntos e podermos testemunhar a família a crescer, é uma dádiva.

Os avós são fundamentais e estão no patamar das nossas lendas privadas. São as referências e a base para os adultos que somos. A sorte que o meu sobrinho tem de poder crescer com os avós e partilhar com eles momentos únicos uma linguagem só deles. O ponto de partida dele está lançado e esta convivência irá fazer toda a diferença na vida dele, é inestimável. 

Mas as renovações nunca são pacíficas. Para nascer é preciso morrer, e sempre que uma alma parte, outra chega para ocupar o vazio. Quando uns ganham batalhas outros perdem, e são particularmente difíceis de compreender as batalhas perdidas por jovens ou crianças, fazem-nos pensar... na relatividade da vida. O velho é renovado pelo novo e não o inverso... ou pelo menos assim deveria ser, pela lei da vida. 

A vida é o que nos une ao que vemos aqui e agora, ao presente, a esta terra... eu acredito que há muito mais para além do que os olhos vêem. E todas as pessoas que nos "tocam" irão ficar para sempre connosco em pequenas partículas da alma, não precisam desaparecer fisicamente para ficarem connosco, basta nunca mais nos esquecermos delas, mesmo quando a memória já arrumou e catalogou o momento. 

De todos os milagres, o não existir tamanho nem medida para o amor é o que mais me impressiona. Acho que nenhum de nós tem a real noção do quanto isto é gigantesco. Só assim, se consegue explicar tudo o que guardamos de bom e de mau...é proporcional a todo o amor que conseguimos assimilar. Não há pobreza maior que não saber reconhecer ou aceitar amor, só por aquilo que ele é, em estado puro.



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