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Para o dia da Mulher

Isto de ser mulher não é pêra doce.

Convencionou-se que hoje é o dia da mulher. Hoje e todos os outros dias, mas em especial hoje. Assim aproveita-se para elogiar e enaltecer o papel da mulher na sociedade, na história e por ai fora.

Neste dia é fundamental não esquecer todas as mulheres que lutaram pela igualdade de género e que abriram o mundo a uma série de oportunidades e realidades que estavam vedadas às mulheres. Elas deram o primeiro passo para que as mulheres pudessem ter um papel mais participativo nas decisões governativas e no poder.

No entanto ser mulher é muito exigente. Temos de ser muitas coisas ao mesmo tempo e temos de competir entre nós e com os homens. Ou seja, a competição é puxada. Nunca é fácil, e não estou a exagerar quando digo que nunca é fácil, não é mesmo. E desculpem-me os homens, mas só mesmo as mulheres poderão avaliar esta minha afirmação.

Se analisarmos bem uma mulher tem ser muitas coisas ao mesmo tempo, como já referi, e preferencialmente tem de ser boa em todas. Tem de ser feminina, tem de ser boa mãe, boa filha, cozinheira, boa amante, boa aluna, colega, boa líder, responsável, cumpridora… no fundo exemplar. E ninguém consegue cumprir os requisitos todos!

Relembrando novamente as pioneiras, que lutaram pelos direitos das mulheres e que exigiram igualdade de direitos face aos homens, foram arrojadas e aos poucos fomos conseguindo ganhar espaço e participação social. Existem pontos onde temos todos de ter os mesmos direitos: acesso à educação, participação cívica, acesso ao emprego, saúde, etc…

E ainda há muito caminho a percorrer, essencialmente porque as mulheres começam agora a revindicar o direito de ser mulher. O primeiro objectivo foi chegar onde chegam os homens, com as mesmas oportunidades. E o grande erro das mulheres, foi continuarem a agir como os homens.

Não é apenas a diferença óbvia que nos faz diferentes dos homens, é tudo o resto.

Compreende-se que as primeiras a chegar ao topo tenham tido a necessidade de agir como homens, até por uma questão de aceitação e porque foram as primeiras (não tinham nenhuma referência). Mas as mulheres não pensam da mesma maneira que os homens, não se comportam da mesma maneira, são mais emotivas, mais palpáveis, têm outras preocupações, analisam de forma diferente… somos diferentes, por isso não se pode esperar que façamos as coisas da mesma maneira. Já era assim na economia doméstica, e assim será em todos os outros campos da vida social.

Nós somos mulheres – é importante que os homens não se esqueçam disso – e principalmente as mulheres.  Está-nos no sangue e na genética, somos diferentes. E não somos nem mais nem menos que os homens, somos apenas diferentes e é essa diferença que complementa as pessoas.

Eu acredito que o caminho das mulheres é mesmo este, fazerem-se aceitar como são: mulheres.


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