Não imaginam o que me diverte quando alguém me diz: não
sabia que gostavas disso? Não te imaginava nada assim? Também fazes isso? E
acendem mil luzinhas e pontos de interrogação na cabeça, como nos desenhos
animados.
O espanto ou o confronto com a realidade que não supõem,
delicia-me! Não sei se as pessoas esperam que os outros sejam um livro aberto
ou óbvios, ou simplesmente acham que o que veem é o que existe e apenas isso.
Eu não vejo o fim do mundo, mas sei que há mais mundo além fronteiras, o mesmo
se deveria aplicar às pessoas, para o bem e para o mau. Neste caso, estou
apenas a referir-me as coisas boas, que podem não ser más, mas apenas diferentes
do que esperamos.
Aliás, são as singularidades que nos tornam únicos. Supor
que A ou B são assim como nós os conhecemos, fecha portas à imaginação e a
tudo mais que o outro encerra em si. Gosto de descobrir que o senhor do banco
que passa os dias de fato, quando não está a cumprir o protocolo tem o corpo
todo tatuado. Ou que a aquela miúda com ar silencioso, canta como um rouxinol. Ou
que aquela pessoa que está todos os dias à nossa frente faz teatro infantil ou que
um amigo que toca num banda de heavy metal e nem sabíamos que gritava…é isso.
Porque havemos de enjaular o outro num estereotipo? Sim, eu
sei que precisamos organizar as pessoas por categorias, para termos tudo
arrumadinho na nossa cabeça, mas no meio dos que cabem no padrão, escapam
sempre uns quantos que não se enquadram. Todas as pessoas têm múltiplas facetas
e algumas são importantes marcos na sua personalidade, mas que não partilham
com qualquer pessoa.
Eu gosto de Doors, Rock, metal e de música eletrónica, de
amarelo, torradeiras e tapetes alinhados. Tenho algumas especificidades que são
só minhas e que poucas pessoas conhecem, mas que me acrescentam qualquer coisa,
mais que não seja: abertura de horizontes. Se calhar há coisas que nem todas as
pessoas estariam preparadas para saber ou compreender, mas fazem parte e também
não são para todos.
O facto é que todos nós temos um lado B… é isso que torna as pessoas
interessantes. O fascínio pelo desconhecido levou o homem a desbravar o mundo,
o mesmo acontece com as pessoas… é preciso dar-lhes espaço para se abrirem, desenvolverem e para revelarem o que lhes vai na alma.
Pensar que nasci antes do tempo, torna o meu nascimento
também uma coisa fora do padrão… não foram nove meses e não correu bem, não era
para ser Maio e talvez por ter sido Maio, sinta alguma “bipolaridade” e a
necessidade de procurar coisas diferentes para entreter a minha imaginação. Quiçá,
mais uma singularidade.
Olá Sofia, gostei deste teu post. Tá muito bem colocada a questão. :)
ResponderEliminarSabes eu tb já tive o queixo a cair no chão ao descobrir o tal outro lado de alguém e é como dizes por ser apenas diferente daquilo que imaginámos que seria não será forçosamente mau...
Enfim muito bom.
Beijos,
Bruno
É mesmo muito bom. E todos nós temos :). Obrigado por leres! Beijinhos
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