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E se passássemos pelo mesmo?

Eis o desafio para hoje.

Mas primeiro tenho de contar a história!

A 30 de Outubro de 1938, Orson Wells lançava o pânico na costa Leste dos Estados Unidos com o programa radiofónico: “A Guerra dos Mundos”.

"A invasão dos marcianos" durou apenas uma hora, mas marcou definitivamente a história da rádio e lançou o pânico. O programa relatava a chegada de centenas de marcianos a bordo de naves extraterrestres à cidade de Grover's Mill, no estado de Nova Jersey. Os méritos da genial adaptação, produção e direcção da peça eram do então jovem e quase desconhecido actor e director de cinema norte-americano Orson Welles. O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reacção ao programa: "Guerra falsa na rádio espalha terror pelos Estados Unidos". Foi o pânico colectivo!

A dramatização transmitida em véspera do Halloween, em forma de programa jornalístico, tinha todas as características do radiojornalismo da época, às quais os ouvintes estavam habituados: reportagens externas, entrevistas com testemunhas que estariam a viver o acontecimento, opiniões de peritos e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos e a emoção dos supostos repórteres e comentadores. Tudo dava impressão de estar de facto a ser transmitido ao vivo. 

Era o 17º programa da série semanal de adaptações radiofónicas realizadas no radio teatro Mercury por Orson Welles. O programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade apenas o sintonizou quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se do programa semanal de radio teatro…

Pelo menos 1,2 milhão de pessoas acreditou ser um acontecimento real. Dessas, meio milhão teve certeza de que o perigo era iminente entrando em pânico, sobrecarregando linhas telefónicas, causando aglomerados nas ruas e congestionamentos! Os ouvintes ficaram apavorados e tentaram fugir do perigo. 

O medo paralisou três cidades e houve pânico principalmente em localidades próximas a Nova Jersey, de onde a CBS emitia e onde Welles adaptou sua história. Houve fuga em massa e reacções desesperadas de moradores também em Newark e Nova York. A peça radiofónica, de autoria de Howard Koch, com a colaboração de Paul Stewart e baseada na obra de Wells (1866-1946), ficou conhecida também como: "rádio do pânico".

E se fosse a sério?

O que faríamos?
Que pessoa estaria no nosso pensamento nesse momento?

Para onde correríamos?
O que seria realmente importante fazer?

Eu tenho uma ideia do que faria... e uma coisa é certa iria sempre como música de fundo (como agora...Eddie Vedder na versão Throw your arms around me)

Fica o desafio. Os marcianos não estão ai…mas...

O que é importante para nós, será sempre importante…com ou sem marcianos. E isso é fundamental não esquecer.


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