Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2014

E o que é que acontece se a resposta for não?

Um não, não é assim tão diferente de um sim, bem vistas as coisas. O otimismo que exigem que tenhamos é que nos impele a achar que só o sim nos poderá salvar e nos trará a felicidade, mas por vezes um não é bem mais libertador que um sim. Quantas vezes não temos vontade de responder não, à pergunta: Gostas de mim? – Não… e não é por mal… mas não temos de gostar de toda a gente só porque é politicamente correto. E posso não gostar apenas porque não tenho afinidade, porque a pessoa não é educada ou não é simpática ou apenas porque é uma pessoa que não cria empatia connosco e isso não quer dizer que não seja uma pessoa especial… só não é para mim. A verdade é dura, mas por vezes é a única viável para marcarmos uma posição, acima de tudo, uma verdade é sempre melhor que uma mentira. E quantas vezes precisamos receber um não para valorizarmos o que conquistamos? Não obrigado. Tem habilitações a mais, não gostamos da proposta, não pode ser agora, não hoje, não amanhã, não agora,

Sete Pecados Capitais + um…

Não bastasse existirem 7 pecados capitais: Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça, Orgulho e Vaidade que pendem sobre as nossas cabeças, eu acrescentaria mais um: o Esquecimento. Claro que a logica dos pecados como uma grande parte da doutrina da igreja católica, assenta sobre o medo e o pressuposto “educativo” de controlar os instintos humanos. Pecar é o top do medo, não só porque nos pretende deixar desconfortáveis com os nossos actos como incute nos pecadores a tenebrosa ideia que vão arder no fogo do inferno por serem pecadores recorrentes. Basicamente, ninguém se safa… Se analisarmos bem, ainda sem entrar em detalhe, o esquecimento pode ser um bocadinho de inveja misturada com orgulho e alguma preguiça. Mas mesmo assim, seriam apenas pequenos pormenores dentro de uma coisa maior, segundo a minha visão do tema. O conceito de esquecimento pressupõe: “uma acção involuntária que supõe deixar de conservar na memória alguma informação que tinha sido adquirida”, pode

Regresso às aulas

Na nossa memória cabe tudo e em alguns buracos bem escondidos, depositamos de tudo: memórias boas, más, acasos, lixo, tralha e esquecimentos.   Eu tenho uma boa memória, de um modo geral, mas este ano, no "regresso às aulas", apercebi-me que arrumei alguns acontecimentos da minha vida tão bem, que já nem me lembrava deles! Não que sejam traumatizantes, talvez por serem apenas rotineiros, ficaram a um canto da minha memória.   O que me fez descobrir isto, foi o facto do meu sobrinho ter, este ano, entrado para o colégio onde também eu andei. Imaginem, a última vez que passei naquele portão tinha 12 anos e regressei agora aos 36. Foi muito tempo!    Apesar de tudo não me senti nostálgica, dali só recordo coisas boas, os meus melhores anos escolares e o período mais longo, 6 anos.  Está tudo diferente mas igual... Tudo melhorado mas no mesmo sítio, apesar do colégio ter crescido.   Com isto, comentei com a minha mãe que não me lembrava quem me levava à escola. L

Perde o juízo e vem

Podia começar assim a chamada ou um simples pedido: perde o juízo e vem! Assim sem mais nem menos, sem grandes rodeios, directo e curto: perde o juízo e vem! E o peito enche-se de ar, o coração acelera, tudo treme e vai-se assim, sem juízo, sem rede, sem nada, só porque sim. Porque se perdeu o juízo numa qualquer loucura imaginária que se sente na pele, só porque naquele dia tínhamos de ser diferentes do habitual. E vai-se. Fechas os olhos e sentes cada bocadinho do juízo (aquele que tanto valorizas) a sair por todas as células, está a ir-se, vai-se purgar para mais tarde voltar, mas não hoje. Precisa redefinir-se para voltar melhorado, deixa-o ir, não penses muito. O suor escorre por todo o lado, é o medo de perder o juízo para sempre, para todo o sempre (mesmo não tendo garantias que o nosso juízo é saudável, é nosso…) o juízo que é meu por direito e conquista, está-se a ir, com autorização, porque eu hoje vou! Vou, vou e vou, está decidido. Mas não consigo sai

Hoje assim...

Com saudades de ter saudades. E não são saudades do que não vivi, porque não posso sentir falta do que não sei. Não é o desconhecido que me faz sentir saudade, o que me faz sentir saudade é tudo aquilo que reconheço, que sei que é bom, que me marca, que mexe com a alma. O futuro trará saudades quando se tornar passado, antes disso não. Expectativas não são saudades,  são outro tipo de sentimento. Sinto saudades do meu avô, da infância onde todos estavam presentes, de ser criança, das costeletas com pimentão da minha avó e de brincar sem preocupações e sem tempo. Sinto saudades das borboletas na barriga, de levitar, de me sentir apaixonada, do amor bom! Sinto saudades dos dias longos, quentes, meio loucos e não planeados. Das noites inteiras a conversar, do nascer do sol, das chegadas ao aeroporto às 4 da manhã para partir para o desconhecido. Dos telefonemas e mensagens e meio da noite, das gargalhadas de fazer doer a barriga, de bons filmes, das melancias gigantes

Insólitos

Não deixa de ser insólito que para as mesmas circunstâncias existam diferentes perspectivas. Se acontecer comigo é uma coisa, se acontecer com o meu vizinho é outra, se acontecer com alguém de “sangue” azul é outra…e por ai fora. Até nos contextos podemos ser descriminados, ora vejamos: Eu sou despedida, os outros renunciam. O meu filho é bipolar o do outro é enérgico e cheio de genica. O meu tio morreu de cancro, os demais de doença prolongada. A minha avó tem demência, o Presidente da República tem lapsos de memória. Eu tenho uma crise de fígado, a outra em uma indisposição. Eu candidato-me a um estágio para desenvolvimento profissional já com 3 anos de trabalho e sou júnior nas funções, quando o filho do Durão Barroso pode ser nomeado para um cargo de gestão de topo no banco de Portugal com pouca experiência. Uma pessoa acaba com o namorado ou casamento e foi largada… a outra está com problemas pessoais (os homens nem entram nesta equação…que para eles tanto lhes faz).

Adivinhem quem voltou?

Não podemos culpar os outros pelo nosso destino! Jamais! Quando o livro se soltou da estante, a frase que voltou à minha cabeça foi “Estás a voltar a ser tu!”, não que não fosse antes, mas andava demasiado concentrada em “culpar” o outro que me tornou descrente – em mim, no amor e em tudo mais – que nem dei conta, que afinal, a culpa era só minha! A culpa nunca é do outro, mas sim de nós mesmos! Ninguém mais vai ser “eu” e ninguém vai fazer nada por mim, se não for eu a fazê-lo! Perder coisas nossas sobre o pretexto do outro é/ou pode ser uma desculpa para nos deixarmos ir, estilo do portuguesinho “Então como vai a vida?” – ao que respondemos “vai indo…”. Que merda é esta do “vamos indo?” Ou vamos ou não vamos, ou estamos bem ou não estamos, ou sim ou não, nunca gostei de meias verdades, nem de palmadinhas nas costas! Os talvez e os nins são nãos disfarçados de sim tolerantes… para não ficarmos na pele do lobo mau! Caraças, foi preciso tirar um livro da estante para pe

Um ano de Serendipity

A existência do blog ficou-se a dever ao incentivo do Vasco Noronha e da Marta Canário, a quem agradeci logo o estimulo para me meter nestas andanças! Agora passado um ano, volto a agradecer-lhes a força e o facto de acompanharem o que escrevo, muito obrigado! Claro que o agradecimento é extensível a todos os que acompanham e leem o meu blog, só faz sentido assim. A origem do nome, o filme. John Cusack e a belíssima Kate Beckinsale protagonizam a comédia romântica “Serendipity” na tradução para português “Feliz Acaso”. Dois estranhos em Nova York que se encontram no Bloomingdale's, enquanto Sarah (personagem da Kate) está a comprar uma luvas de cachemira, logo ali sentem uma atração mútua. Apesar de ambos estarem envolvidos noutras relações, Jonathan e Sarah passam a noite a vaguear por Manhattan.  Quando a noite chega ao fim, os dois são forçados a determinar o próximo passo! Jonathan sugere uma troca de telefones, Sarah rejeita e propõe uma ideia que dará ao dest