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Adivinhem quem voltou?

Não podemos culpar os outros pelo nosso destino! Jamais!

Quando o livro se soltou da estante, a frase que voltou à minha cabeça foi “Estás a voltar a ser tu!”, não que não fosse antes, mas andava demasiado concentrada em “culpar” o outro que me tornou descrente – em mim, no amor e em tudo mais – que nem dei conta, que afinal, a culpa era só minha! A culpa nunca é do outro, mas sim de nós mesmos! Ninguém mais vai ser “eu” e ninguém vai fazer nada por mim, se não for eu a fazê-lo!

Perder coisas nossas sobre o pretexto do outro é/ou pode ser uma desculpa para nos deixarmos ir, estilo do portuguesinho “Então como vai a vida?” – ao que respondemos “vai indo…”.

Que merda é esta do “vamos indo?” Ou vamos ou não vamos, ou estamos bem ou não estamos, ou sim ou não, nunca gostei de meias verdades, nem de palmadinhas nas costas! Os talvez e os nins são nãos disfarçados de sim tolerantes… para não ficarmos na pele do lobo mau!

Caraças, foi preciso tirar um livro da estante para perceber que não foi o outro que me fez andar para trás no tempo (ainda que tenha uma pequena contribuição… a maldade nunca nos faz bem), fui eu sozinha, por minha própria iniciativa que andei a marcar passo!

Não que lhe deva agradecer, mas foi logo o que me assaltou o espírito: Obrigado!!!! Uma pessoa outrora importante e cada dia mais insignificante, porque no fundo apenas e ainda me serve para perceber o que é realmente importante, usado como estímulo negativo para o que não se quer e o que não se deve repetir. Afinal até as antas podem ter um bom significado mesmo que a índole seja medíocre. Não se pode subestimar a pessoas, nem pelo falta de carácter, mais uma lição!

Como este excerto do livro do Murakami, Kafka à beira mar: “Que neste mundo não há coincidências e que até as coisas mais insignificantes não acontecem por acaso."
Voilá, não aconteceu mesmo por acaso. Nem o pouco pode ser menosprezado, acontece porque tem de ser. O acaso do destino não gera coincidências mas factos reais dos quais não estamos autorizados a fugir.

Assim, por mais partidas que o destino nos pregue, voltamos sempre aos locais onde nos perdemos e onde nos devemos reencontrar. Adivinhem quem voltou?

Fotografia: @Rute Obadia Fotografia

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