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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Banalização das instituições

Um tema sério. E provavelmente polémico. Antes de entrar em pormenores devo dizer que é uma reflexão que tenho vindo a fazer e como tal, não é uma opinião estanque é um ponto de vista que se tenho vindo a construir. Pode estar errado, pode estar certo é um tema que me tem inquietado. As questões do ensino são sempre sensíveis e que fique claro, o ensino/ educação deve ser acessível a todos como principio universal. No entanto, acho que se está a banalizar no sentido da qualidade do saber que se alcança e estou a pensar no caso especifico das Universidades. Hoje é quase pratica comum, ir-se para a universidade… mas a universidade não é um espaço qualquer e o que se pretende para além do ensino é que as pessoas que para lá vão pensem! Para pensar também é preciso que deixem os alunos fazê-lo, o que alguns professores não fazem. É verdade que a maioria dos alunos não tem intenção alguma de pensar, só querem passar de ano, acabar o curso, alguns ter boas notas sem qualquer ref

Os imprevistos

Os acasos, são sempre os acasos que me apanham. Sempre soube. Essencialmente os que não procuro. Todas as vezes que me demito de procurar, eles encontram-me. Cruzam-se comigo na rua. Apanham-me desprevenida mas acertam-me em cheio. Ganham quase sempre. Insisto em não deixá-los entrar. Sou teimosa Finjo que não guardo na memória bocadinhos e pormenores. Fecho os olhos para não ver o que não esqueço, mesmo que me esforce. O que os olhos não veem guarda o olfato. Não consigo apagar. Saio vencida e deixo que me consuma. É um caminho sem retorno. O meu mundo muda. Passo a gostar-te de gosto e de sabor. Entende como quiseres. Quase tudo muda, a realidade transforma-se. Crescem coisas. Cresce o desejo que se engrandece. Agiganta-se Um desejo que é: imutável, inalterável, permanente e todos os sinónimos que encontrares. Consome-me e consome-se, todos os dias na tua ausência. 

Dias desconexos

Os dias desconexos não trazem bons augúrios. São episódios soltos que não se relacionam entre si mas com as mesmas personagens. Há dias em que fazemos parte de cenários dramáticos, outros cómicos, românticos, surreais… sei lá parecem simplesmente não encaixar uns nos outros, pior não se encaixam de todo e desencaixam-nos completamente.  É de ficar baralhado! Não se sabe ao certo o que esperar ou como nos devemos comportar, podemos seguir a máxima de deixar fluir, que facilita mas nem sempre é possível. Que pena não termos um botão on/off e principalmente forward. Nestes dias os minutos passam com dificuldade, ainda que passem à mesma velocidade de todos os dias, nem mais rápido nem mais devagar na mesma cadência. Há um tic tac permanente na cabeça até as pulsações do coração se sentem nas veias como uma bomba relógio. Que martírio! Dormir não chega, nem a música, nem o mar, nem o carro… nada. O tempo é um corpo vivo que demora a passar e a realidade não cede uma tr

Carne e osso

Pára para olhar para ti Sentir que existes Que és de carne e osso Que és corpo e alma Quero que faças parar o tempo No momento exato do nosso encontro Para voltar para trás ou seguir em frente Quero que faças parar o tempo Num beijo Num abraço Em nós Quero que existas só para mim Naquele momento em que as peles se fundiram Na mistura perfeita de alquimia Na essência das essências  Quero que existas só para mim.

Conversas

tu - vamos refletir sobre o futuro. eu - vamos? tu - sim, pensar no que queremos. eu - mas eu não preciso pensar no que quero… tu - então? eu - eu já sei. tu - sabes? eu - sei… tu - queres desenvolver? Ou vou ter de adivinhar? eu - achei que era óbvio tu - … eu - sim, já percebi que gostas de tudo bem explicado. O que é bom, assim não fica nada subentendido ou melhor, não fica nada mal entendido. tu - ENTÃO? eu - quero-te a ti.  Não ouves o sinais?

Enjoy the silence

Os silêncios são meus. Já devias saber. Não é justo que me roubes os argumentos sem pedir autorização.  São o meu ponto de referência. Se os silêncios não incomodam, significa que podemos estar em silêncio sem que isso nos pese, sem que as palavras surjam por necessidade, apenas para preencher o vazio. É o nosso barómetro. Os nossos argumentos saem validados pelos nossos silêncios.  O que não dizes fica na expressão do teu olhar. Fica na expressão do meu olhar. Passamos dias em silêncio, só para nos testarmos. Só para nos sentirmos.  Mas nunca esgotamos as palavras que temos para nos dizer. Tu contas histórias, aventuras, graças e eu oiço-te atenta a memorizar cada timbre e cada pormenor.  E podia ficar toda a noite a ver-te dormir. Só para fixar as pausas da tua respiração e para ter a certeza que és de verdade. Nessas noites não tenho pressa para viver, quero que o tempo pare, quero que fiques ali para sempre. Tentamos quase sempre adivinhar o que cada um pen

A cura dos 21 dias

São precisos 21 dias para se assimilar um hábito. Posso alimentar-me de ti 21 dias. O desejo precisa de mantimentos. Quero que saibas onde mora cada sinal do meu corpo. O meu corpo como o mapa mundo do teu desejo. Não é só o corpo que ama. É tudo em nós. São os cheiros, os sabores o tacto. É o teu timbre e o teu calor. Tudo o que desperta os sentidos. A tua presença. Não é só o corpo que ama. É tudo em nós.

Cartas de Amor!

Adoro cartas de amor! Sempre gostei. Escrevi várias ao longo dos tempos, desde criança que me recordo de escrevê-las. Primeiro em pequenos bilhetes, depois postais e mais tarde cartas com várias páginas umas enviadas por correio, e-mail outras escondidas na mochila ou em livros. A expressão escrita sempre me facilitou o que a fala me dificulta, como se não tivesse som para dizer as palavras que escrevo no papel, como já devem ter reparado, debito muitas, papel em papel, caderno, agendas, escritas à mão ou no computador.  Vou deixando palavras soltas por todo o lado, semeio-as e elas multiplicam-se. Mesmo quando não tinha retorno, nunca abandonei este meu gosto pelas cartas de amor. Sempre me divertiram muito. Mesmo sem retorno, serviam para exorcizar todo o amor para o outro lado, como se o libertasse e o entregasse ao outro: toma é teu, faz o que entenderes. De certa forma deixava de ser responsável por ele! Ao mesmo tempo cada carta é uma joia rara e única. Aq

Lisboa

Uma sexta-feira destas resolvi andar, que é uma coisa que gosto imenso de fazer… ajuda-me a pensar e a libertar o espirito de todos os stresses. É o meu momento de catarse. Então fiz-me à estrada do Saldanha até ao Rossio, que é um passeio fantástico e que se faz lindamente. Lisboa é uma cidade fabulosa, com um enquadramento único merecedora de todos os elogios que lhe possamos fazer. E lá fui eu, Fontes Pereira de Melo a baixo… Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade a diante… com frio, mas um fim de dia fabuloso, uma caminhada inspiradora. Quando começo a chegar aos restauradores e já antes… vêem-se cartões amontoados nas entradas e recantados dos prédios na avenida, mantas, sacos, lixo e pessoas… na Avenida cruzamo-nos com várias pessoas, maioritariamente homens, que deambulam pela rua, sujos, desorientados, a falar sozinhos, desnorteados com a vida, com o tempo, com as circunstâncias… senti-me triste. E a tristeza foi aumentando à medida que me fui aproximando dos res

Distância de Segurança

Vamos manter-nos assim. Tu aí e eu aqui. Criámos fronteiras de coisas, barreiras de rotinas e normalidades e mais algum lixo da vida real. O tempo que não se tem para se fazer tudo o que se precisa como pretexto para não continuar a fazê-lo. E eu gosto de tempo… de ter muito tempo para dispor dele como entender. Para me dispor a sentir o tempo como deve de ser. A vida é feita de contrastes, sou a primeira a cumprir a regras. Sigo uma linha condutora imaginária que me alinha o caminho mas que nem sempre me alinha o espírito (quase nunca me alinha o espírito). Gosto da supressão das bermas, quando me esbarro com estes sinais na estrada, sei sempre que são para mim. Mantém-te aí em linha com o caminho, como se a berma não pudesse ser uma alternativa. Quem disse que o certo é o a direito ou em linha reta? E ficamos assim, eu aqui e tu aí. Assustam-me os efeitos secundários todos, aqueles que desconheço e os que sei que acontecem quase sempre. As coisas que não se controlam

Suposições

Na minha imaginação os teus abraços deixam perfume. Quando te empolgas a falar, mexes muito as mãos como se os movimentos conseguissem acompanhar o teu raciocínio e as tuas palavras. Por vezes nem as palavras conseguem acompanhar tudo o que armazenas para fazer, dizes muitas coisas ao mesmo tempo com pessoas diferentes, sempre a pensar nas que se seguirão. Andas como falas, conduzes como falas. Rápido, mas pausado e nem sempre atento. Estás sempre com urgência de chegar, nem sabes bem onde, só sabes que tens ir. Tocam campainhas no bolso do teu casaco. Passas os dias a organizar mapas de coisas para outros fazerem e para tu fazeres. Crescem fluxogramas nos teus olhos que se espalham pelas veias do teu corpo e o dia só tem 24h! E não chega para tudo, que desperdício dormir! Ainda escreves com caneta, e seguras com firmeza. A segurança da letra desalinhada, quase infantil em rabiscos de morse nos cadernos que carregas para todo o lado. Não que a memória te falhe, são a s