Nos subentendidos geram-se os mal entendidos. O que
subentendo pode não ser o que queres dizer e pode ser a minha própria versão do
que gostaria que dissesses.
Imagino que me dizes tantas coisas. Sempre o mesmo em
versões diferentes, melhoradas, revistas e ampliadas.
Pode nem existir nada para subentender, pode ser apenas
aquilo que está dito e ponto final. Claro, simples e directo.
Pessoas com muita imaginação, traçam muito cenários. Fazem
fantasias. Mesmo com provas palpáveis, escolhem interpretações e inventam
histórias. Acrescentam acções, suposições e imbróglios. Eternos insatisfeitos
com o que se vê, eternos exploradores de romances e histórias mágicas.
Iludem-se. Não por insistência, mas por necessidade. Não sabem ser de outra
forma, mantêm vivo o optimismo, mesmo num campo de batalha. Sonham de olhos
abertos. Filtram pesadelos e adaptam-se à realidade. Ajustam-se.
As mudanças físicas acontecem como se os ossos estivessem
todos a crescer ou simplesmente a reajustar-se. Não somos crianças, mas
continuamos a comportar-nos como se fossemos. Prometeram-nos impossíveis. A
repressão libertou a ilusão.
Não podemos tudo. Não entendemos bem isso ou não queremos
entender. Venderam-nos gato por lebre. Pagamos caro não aceitarmos os limites da nossa natureza.
Interpretamos o mundo em nome próprio.
Continuamos a esperar o melhor. A tentar ver por trás do
pano. As mensagens encriptadas do universo, escondem tesouros por descobrir.
Mas não é para todos. Nunca é para todos.
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