Uma pessoa perde-se, e acha que está no caminho certo.
Até que um dia, volta tudo atrás por instantes e percebe que
não.
Ser racional acabou com os teus sonhos? Não. Transformou-os.
Foi pelo melhor, sim. Naquele contexto. E agora?
Não podes continuar a fugir da verdade. Voltaste lá, não
foi?
Afinal esses sonhos, esse propósito maior ainda vive dentro
de ti.
Está ai dentro, em repouso absoluto, em anos de convalescença
forçada.
Tinha de ser, disseste. Tem de ser. Escolheste. Fizeste e
seguiste o caminho racional.
O caminho sem paixão, o caminho útil. Sem graça mas necessário.
O melhor e mais certo.
Para ti e para os outros. O convencional e aceitável. O
seguro.
Está feito. E agora?
É conhecimento e experiência que não se perde. É mais um
valor que tens. Mais um. E os outros valores do começo? Aqueles que vinham lá
de longe?
Aqueles que cresceram contigo e dentro de ti?
Tiveste de ir ver e sentir o que é ter paixão por alguma
coisa.
As coisas que só a arte sabe ter. Que transpõe de dentro do corpo para
fora.
Já sentiste isso, mas deixaste arrefecer. Contornaste.
Tiveste pequenos vislumbres do que era, mas voltaste sempre a caminho
inevitável que escolheste.
Vais continuar a ignorar os sinais vitais dessa outra vida? Onde
foi que te perdeste?
Talvez esteja na altura de reajustar o caminho e regressar às
origens.
Comentários
Enviar um comentário