Estou baralhada com tantas terminologias, podemos ser heterossexuais,
homossexuais, metrossexuais, intersexuais, bissexuais, transexuais, … e sei lá
mais o quê. Desculpem-me as pessoas que passam por estes dramas, desconfio que
não sejam nada fáceis de gerir.
Lê-se tanta coisa e todos os dias aparecem termos novos e
situações de vida em que as pessoas não sabem o que são. Não se enquadram em
grupo nenhum ou em nada do que a realidade pressupõe como normal, mas são
normais obviamente, a diferença é uma características que nos compõe. Somos
únicos, acima de tudo.
As minhas células, são minhas e de mais ninguém. Partilho
património genético com outras pessoas da minha família mas aquilo que tenho em
mim é exclusivamente meu.
Tudo o resto que acontece no mundo, está a confundir-me. Já
nem parece bem não se ter nenhum desvio para se criar alguma terminologia mais personalizada. Volto a reforçar, isto não é uma critica, de um modo geral não
preciso de enfiar as pessoas em rótulos, mas a proliferação desta linguagem e a
partilha das histórias de vida, em vez de me tornarem mais esclarecida, baralham-me.
Deixou de fazer sentido o branco e preto ou o mais ou menos,
entre cada um deles existe todo um universo de meios caminhos. Eu como não sou
apologista de meios caminhos, nem dos ni’s nem dos talvez fico com um
permanente ponto de interrogação na cabeça. Não imagino o drama de não se
conseguir encontrar uma referência para nos distinguirmos. Talvez o exercício seja
mesmo esse, aceitar sem nos padronizarmos.
Esta nossa natureza de termos de esquematizar tudo e
encontrar níveis e etapas para referenciar a vida, nem sempre nos ajuda. Aliás,
muitas vezes só nos atrapalha. Somos o que somos e como somos, porque assim é.
A natureza genética do mundo diz-nos que existem homens e
mulheres, cada um com as suas próprias características. Mesmo quando nos
apercebemos que temos um corpo de mulher mas sentimo-nos homem, em primeira
instância somos o que nascemos. Depois disso, podemos escolher fazer com a
nossa vida e com o nosso corpo o que quisermos. Mas nascemos com uma natureza
base que se vai desenvolvendo com crescimento do nosso corpo e com a
aprendizagem.
Não tenho uma opinião definida sobre o tema, acima de tudo,
tento não ser fundamentalista. É complexo e complicado, e por isso mesmo
devemos procurar ser o mais compreensivos que for possível...
Pois é este tema parece polémico e é, na maior parte das vezes. Também entendo que não deveria ser. Creio que o problema de nomearmos o "ser heterossexuais, homossexuais, metrossexuais, intersexuais, bissexuais, transexuais", reside no facto de estas palavras serem usadas com um sentido qualitativo, como se alguém pertencer a algum destes grupos possa definir o seu carater, e este possa ser positivo ou negativo.
ResponderEliminarSe nos referirmos a um grupo de pessoas como os "loiros" ou os "morenos" não estamos na maior parte das vezes a fazer juízo sobre quem é loiro ou moreno. Há um caminho a percorrer e acho fundamental retirar de muitas palavras a "carga" que elas carregam. Para mim uso as palavras sem a tal "carga" qualitativa.
Banda Sonora: Humanos - Quero é viver
( https://www.youtube.com/watch?v=cvrrgRQAjEU )