Era uma vez.
Podia muito bem começar assim esta história.
Se existem histórias de amor que duram uma vida, esta é uma
delas.
É muito mais do que se vê e o que obviamente se aponta, sim
o homem é lindo! Todos concordamos.
Nestas coisas do amor, a beleza que entra na sua quota parte
mas não é tudo e não é tudo mesmo!
São precisas muito mais coisas para que se ame alguém ou
alguma coisa.
O amor não chega só pelo brilho ou pelo glamour, o amor
chega quando se ama até o que é feio.
Começar é fácil, o encantamento faz-nos bem deixa-nos
inebriados e com vontade de querer mais.
A combustão está toda ali na paixão que se descobre, que
chega sem estar à espera, que nos arrebata e quase nos mata.
Esta história de amor não é diferente de todas as outras,
começou assim, com uma louca e imparável paixão que soube crescer e
consolidar-se no amor.
Com a paixão veio a escuridão e todo o lado sombrio. Amei
também esse lado, pela densidade e doença que me causou.
Não soube gerir essa viagem ao fim do poço, perdemo-nos por
lá durante um tempo, precisamos conhecer-nos melhor e mergulhar no lixo de cada
um.
Na devassidão, no lodo, na porcaria, nas misérias e maldades
que vivem em nós, estivemos por lá os dois e submergimos.
Sobrevivemos.
Descobri o pior, o melhor, estudei, tive curiosidade, quis
saber mais, não desisti.
Soube reconhecer a importância de um amor que cresce com o
tempo e não diminui, como seria de esperar.
Não sou como as outras pessoas, não sou mesmo, e ele também
não era.
Foi ai que nos entendemos, como nunca nos entenderíamos frente
a frente.
Foi essa constatação que nos consolidou.
Por mais voltas que o mundo dê, estaremos sempre ligados por
este amor.
Por laços invisíveis e universais que nos unem.
A celebração de quem nasce, com o sol no sol e que se deixa
apagar por ele.
Universal e único, como só o Jim Morrison soube ser.
There will
never be another one like you.
(Jim Morrison 8 Dez. 1943/ 3 Jul. 1971)
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