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Lume Brando

Ter a capacidade de aceitar que a vida que temos é a que é melhor para nós ou a que é possível de acordo com as circunstâncias, não é tarefa fácil!

Não quer isto dizer, que se deva aceitar só por aceitar, desistir ou se conformar com o que se tem, nada disso. Acredito que quanto mais esforço e dedicação pomos nas coisas, mais fácil será obter-se o que tanto se aspira.

A questão é saber entender que em determinado momento, não dá para mais e permitir viver as coisas como estão, sem que isso cause ansiedade ou stress. Obviamente que invariavelmente cometemos o erro de olhar para o lado e invejar ou desejar a vida de alguém, porque parece ter uma vida mais fácil, mais perfeita ou mais de acordo com o que gostaríamos de ter. Ninguém vive plenamente satisfeito com o que tem, é um mal da natureza humana, mas também é o que nos leva a testar e a desafiar limites.

As vidas alheias parecem, quando achamos que a nossa é uma porcaria, uma maravilha! E nem sempre é verdade, todas as pessoas enfrentam provocações, sejam eles quais forem, o termo de comparação não nos leva a lado nenhum, porque não verdade não fazemos ideia qual o contexto e as circunstancias que por ali se vivem. Algumas pessoas estão terrivelmente doentes e seguem na vida com otimismo e garra, não quer dizer que não estejam a sofrer ou angustiados, mas não deixam (ou tentam não deixar) que isso as impeça de viver.

O desafio de trabalhar a inteligência emocional é mesmo esse: saber lidar com a rejeição, com o não e com a imperfeição para se assumir sem vergonha ou desconforto as qualidades que se sabe ter. Desimagine-se quem julga que existem vidas perfeitas, mesmo quando parece que tudo saiu de um conto de fadas!

Em vez de olharmos para o lado, temos de olhar para dentro e valorizar o nosso percurso e a nossa história. Podia ter sido radicalmente diferente para melhor ou pior, mas é a nossa vida e foi assim que as coisas se desenrolaram. Nada acontece por acaso, assim sendo tudo o que vivemos tem um seguimento lógico, um alinhamento que nos obriga a viver determinadas situações. Se vivêssemos de acordo com um ideal, nunca iriamos conseguir enaltecer as conquistas que vamos tendo ao longo do caminho, seria como viver em lume brando. E isso não é opcional para ninguém.


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